Do dia 02 de Junho a 12 de Setembro de 2012 realizamos o que chamamos de TRIP OF LIFE. Juntos, Érick Luchtemberg e Thayane Pezzi, nos aventuramos em uma viagem de 103 DIAS pela: Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Indonésia, Tailândia, Laos, Malásia, Vietnam e Camboja. Relatamos cada momento que passamos e diversas dicas para quem futuramente deseja seguir alguns dos nossos passos.

Enjoy it!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Day # 26 - Nova Zelândia

As 8am acordamos para nos preparar para ir para Franz Josef fazer o passeio no Glacier. Estava chovendo. Nos arrumamos, tomamos nosso café da manhã e pegamos a estrada. Antes de sair pedi pra moça do camping como estava a estrada. Ela disse que estava aberta, mas que tinha que ir com cuidado porque podia estar com gelo na pista. Como era 9am e o passeio era apenas as 11am, partimos sem pressa para ter toda precaução possível.

Menos de 1km e a pista começou a ficar cheia de neve. Logo passou um carro e avisou a gente que estava voltando pois a pista estava terrível. Disse para seguirmos apenas se fosse com corrente. Resolvi descer do carro e colocar as correntes. Chovia muito. Enxarquei novamente o tênis, comecei a ficar muito molhado e novamente não conseguia colocar as benditas correntes. Resolvemos voltar. Fomos até o camping e decidimos antes de mais nada ligar pra ver se ia rolar mesmo o passeio. Por sorte ligamos, pois não ia rolar. O valor vai ser reembolsado, só não sei como pois paguei com o cartão da conta da Austrália. O pessoal da agência pela qual compramos ia me enviar um e-mail.

Mais sorte ainda foi não termos ido ontem até Franz Josef, pois não faríamos o passeio e atravessar a estrada até Fox Glacier ia ser bem complicado. Descidimos seguir o nosso caminho e pegar o caminho de volta. A moça do camping verificou as condições da estrada até Mount Cook pra nós. No Mount Makakora as correntes eram obrigatórias e no Lindis Pass, próximo a Mount Cook, não era necessário no momento, mas precisava ter no carro.

Voltamos pro carro. Pra quem achava que o primeiro choro da Thay ia ser no mergulho, ou algum outro momento de aventura, se enganou. Assim que entramos no carro as lágrimas começaram a escorrer nos olhos dela por termos que pegar o mesmo caminho que foi tão tenso ontem. De qualquer maneira fomos no posto, abastecemos e nos preparamos pra seguir viagem. No único lugar que poderíamos comprar um pão por ali, uma loja de conveniencia, tinha apenas um saco e estava 5 dólares. Descidimos não comprar.

Começamos o caminho de volta. Apesar da chuva estava tudo bem. Aproveitamos pra ver a vista de ontem, que passamos e já era noite. Em certo momento chegamos a passar bem perto do mar, o que não tive nem idéia ontem. Logo mais pra frente a estrada  começou a ficar com muita neve, novamente apenas com o espaço para passar as rodas do carro sem neve. Além disso, na estrada pequenas árvores caídas. Como tínhamos passado ontem mesmo por ali, não dava pra acreditar no tanto de neve que tinha caído. Essa parte da estrada foi bem complicado e atenção novamente redobrada. Em alguns momentos o nariz quase colado no vidro e duas mãos firmes agarrando o volante.

Pelo menos um arco íris logo no início da viagem.
Ao nosso lado: mar. Mesmo caminho de ontem, mas não fazíamos nem idéia que tinha mar ali.
E a neve começa a tomar conta da estrada.
Vacas cruzando o caminho.

Em certo momento vimos um carro parado em uma parte com bastante neve. Diminui, até porque estava vindo outro carro na direção contrária. Quando fui passar bem devagar a van parou e não saia do lugar. Fiquei empenhado na contramão. Por sorte as estradas não tem movimento. Desci pra colocar a corrente. Seguia a folha da explicação e não dava certo. Minha dica é praticar bastante antes de viajar, pois o passo a passo não ajuda nada, ainda mais porque as figuras tem resolução péssima e não dá pra ter idéia do que se deve fazer. Fiquei novamente apanhando e congelando as mãos e raspando na lataria acima dos pneus. O pior que a corrente do carro parado era diferente e os dois caras não sabiam também como colocar. Por sorte poucos minutos depois chegou o pessoal que ajuda nas estradas. Eles me ajudaram a colocar as correntes. Na realidade, um deles acabou colocando pra mim. O cara foi super atencioso e chegou a se enfiar deitado em baixo do carro pra prender os ganchos.

Passamos por aquela parte mas uns 500 metros depois acabou o gelo. Ficamos na dúvida de tirar ou não. Pois se seguir no asfalto com a corrente pode quebrar elas. Continuei pra verificar se mais a frente teria mais neve, mas o pessoal da ajuda passou por nós e avisou que dali pra frente estava ok e que precisavamos tirar.

A estrada ali pra frente estava boa. Mas quilometros mais pra frente começou a neve novamente e apenas o rastro das rodas pra seguir. Assim foi até iniciar o monte. Muitas partes com e muitas partes sem neve. E o pior ainda estava por vir: o Mount Makakora. Felizmente essa foi uma das partes mais tranquilas. Passaram a máquina e limparam a estrada. Não tinha nem neve no caminho e nem os benditos rastros. Seguimos normalmente sem colocar as correntes e nem se preocupar em seguir a risca os rastros com medo de deslizar.

Uma das incontáveis ONE LANE BRIDGE que tem pelo caminho.

E na montanha: sem neve na estrada!

Assim que passamos o Mount parei pra me estivar um pouco e comemorar ter passado por aquele caminho. Seguimos, paramos rapidamente em um Department of Conservation pra Thay usar o banheiro. Ao longo da Nova Zelândia tem diversos campings do governo. São mais baratos e possuem estrutura básica pra acampar ou ficar com a campervan. Seguimos caminho, passamos os Lakes Wanaga e Hawea.

Parada para comemorar a missão cumprida!
DOC.

Lake Wanaka.

Lake Hawea.

Chegamos em Wanaka e trocamos a direção. Entramos na Highway 8, rumo a Mount Cook.



A estrada ali pra frente começou a ter certo movimento, cada pouco cruzavamos com algum carro. Dali pra frente a estrada foi bem tranquila, com retas que não se enxergava o fim. A condição das estradas é impecável, não se vê buraco. O limite de velocidade é 100km/h, porém na parte com neve é bom não chegar nem perto dessa velocidade. Mas dali pra frente a média ficava realmente nos 100. Além disso, na hora das curvas tem placas que indicam como é a curva e a velocidade que deve fazer. Se as condições do tempo, e qualquer outra, estiverem ok, basta seguir a velocidade indicada que não haverá nenhum problema. Se a velocidade for de 85km/h é uma curva tranquila, se for 55 pra baixo, se prepare pois vai ser bem acentuada.

Retas sem conseguir ver o fim.
Placa avisando a velocidade para a curva.

Passamos pelo Lindis Pass. Felizmente passamos longe de precisar colocar as correntes. Na realidade o caminho foi bem tranquilo. É um vale em meio a montanhas de neve. No entanto nao é neve como em Makakora, que acumula. Além da vegetação quase não existir ou ser bem baixa. Diferentemente de Makakora que é cheio de árvores.

Lindis Pass.


Passamos Lindis Pass e chegamos em Omarama e logo depois em Twizel. O engraçado é que cidades assim aparecem com letras grandes no mapa, em destaque, mas são apenas um posto de gasolina, uma loja de conveniência, uma lojinha e mais alguma outra coisa. Aproveitamos e reabastecemos o carro 2 vezes no caminho. O valor da gasolina foi NZD 2,02 por litro.


Todo lugar que paramos sempre recebemos bastante atenção do pessoal. Parece que todo mundo está pronto para dar informação. Parece que o país inteiro está mobilizado para ajudar quem viaja. Na realidade, dá pra perceber que o turismo é algo muito forte por aqui, que há muitas pessoas viajando de campervan pelo país. Acredito que essa é uma das grandes fontes de dinheiro, pois não se vê muito mais do que estradas, lagos, montanhas e ovelhas. O país todo tem apenas 4,5 milhões de habitantes. É muita terra pra pouca gente. Principalmente por onde passamos, grandes áreas vazias. Muitos dos lugares não há nem condição de construir algo devido ao relevo e demografia.

O movimento na estrada começou a aumentar um pouco. Começamos a cruzar mais campervans da mesma companhia que a nossa, a Jucy. A cor dela é verde e roxa, um tanto quanto chamativa. É legal que toda vez que vans da Jucy se cruzam o pessoal se abana. Sempre que passamos por outras ficamos abanando e na outra direção o pessoal também já vem abanando. As vezes até com campervans de outras empresas. Isso ajuda a interter um pouco durante a viagem. É bom também estar preparado para ouvir músicas que faziam sucesso as vezes a mais de 5 anos atrás tocarem diversas vezes no rádio ao longo do dia.

Passamos Twizel e vimos a entrada para Mount Cook, mas achamos melhor nem entrar. Já estávamos satisfeitos com montes de neve. Seguimos caminho. Ao longo da estrada sempre tem placas indicando onde tem camping, posto de gasolina, picnic area, etc. Decidimos seguir viagem e dormir mais pra frente.

Informação, hotel, gasolina e restaurante. Só ficar ligado nas placas.

Passamos pelo Lake Pukaki e depois chegamos no Lake Tekapo. Chegamos já era quase noite. Achamos um campingo bem na beira do lago. Decidimos ficar por aqui. O valor é NZD 15,00 por pessoa para vans sem power, que é o caso da nossa. Para vans que precisam de power (vans maiores que devem ser ligadas na eletricidade para uso da cozinha e etc) o valor era NZD 20,00 por pessoa.


Lake Pukaki.

Estacionamos nossa van, de frente pro lago, no meio de diversas outras campervans enormes. Fomos fazer a janta. No menu de hoje: massa e molho vermelho. Enquanto a Thay preparava a massa entrou três asiáticos na cozinha. Uma das mulheres tentou ligar o fogão mas não conseguiu, a Thay começou a explicar. Ela falava pra mulher e apontava e a mulher fazia gestos e respondia no que devia ser a língua dela. O que vale é a comunicação! O mais engraçado foi que quando fui pegar as louças na van vi a mulher entrando no banheiro masculino, pois estava escrito “MALE”. Nessas horas eu vejo o quanto mais complicado deve ser uma viagem dessas para pessoas que não falam inglês.

Enquanto a Thay foi tomar banho eu fiquei preparando a van para dormirmos. Logo depois, antes de eu ir pro banho, fomos lavar as nossas roupas. O valor para lavar era NZ$ 4,00 e mais NZ$ 4,00 para secar. Pegamos nossas cuecas, calcinhas, meias e algumas camisetas e lavamos na mão mesmo para poupar o dinheiro da lavada. Colocamos apenas para secar.

Fui tomar banho. Para tomar banho quente é necessário colocar $ 2,00 para esquentar a água por 10 minutos. Tempo mais do que suficiente. Sai do banho e fomos usar a internet. NZ$ 5,00 para 1 hora. Um pouco caro, mas precisávamos dar sinal de vida antes que as famílias enloquecessem. Assim que entrei vi que o filho do Vini e da Lu, meus primos, nasceu. Pena que não pude acompanhar melhor o nascimento.

Gabriel, coisa mais fofa!

Saímos da internet e fomos pegar as roupas. Ainda estavam meio umidas. Fomos pra van dormir. As roupas deixamos estendidas pelo painel do carro, bancos e etc.

Thayane e o seus roxos pelo caminho.
Praticamente um varal.


103 Dias na Telinha...




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