Depois de um dia de muita emoção, principalmente para Thayane, o dia de hoje teria todas as chances de ser nehum um pouco interessante. Não contando com o fato de que hoje é o dia de ir ver os tigres.
Acordamos e fomos tomar o nosso café da manhã e depois ficamos esperando o carro que ia nos levar. Havíamos marcado as 10am, mas o motorista se atrasou um pouco. Na realidade o motorista é o mesmo gurizão que nos atendeu na agência. Ele que seria responsável pelo nosso transporte hoje. Em Chiang Mai eles tem uma estrada onde estão diversas atrações: Tiger Kingdon, Monkey School, Crocodile Show, Long Neck Villages, Elefantes Pintores e etc. Cada lugar tem que pagar um valor para entrar, o qual é pago diretamente na chegada. Nas agências eles alugam um carro, ou tuk tuk, que será o seu meio de transporte para ir ver as atrações do dia.
Nossa primeira parada era o Tiger Kingdom. No caminho aproveitei pra falar com o motorista sobre o Budismo, que é a principal religião da Tailândia. O papo começou pois amanhã é o dia do Budha. E apesar dele ter dito não ser um budista muito assíduo, amanhã, pelo fato de ser um dia especial, vai participar das cerimônias. Pelo que fomos conversando, o Budismo tem vários princípios similar a minha religião, que é o Espiritismo, apesar de ser essa uma religião Cristã. Basicamente eles acreditam que nós devemos ser bons homens e pensar sempre no outro antes de mais nada. Eles também acreditam em reencarnação, a qual vivemos diversas vezes para cada vez mais nos aprimorarmos. Ele também explicou que o Budismo tem cerca de 250 diferentes regras, mas 5 são principais:
- Não roubar
- Não matar nada (pessoa, animal, inseto, etc)
- Não beber
- Não mentir
- Não trair
Mas como ele mesmo disse, é extremamente difícil seguir essas 5 básicas regras. Eles brincam que se uma pessoa conseguir seguir 3 dessas regras ao longo de toda sua vida, já é um grande feito.
Uns 40 minutos depois do pick up chegamos no Tiger Kingdon. O valor da entrada depende do tamanho dos tigres que você deseja visitar: Smallest, Small, Medium, Big. Para visitar apenas uma das opções fica em torno de THB 450,00. No entanto, há diversos combos. Nós optamos pelo Smallest, Small e Big. O valor por pessoa: THB 1.260,00. Também aproveitamos e pegamos fotográfo no Smallest e Big, para garantir boas fotos. Mais THB 500,00.
Antes de mais nada, muitas pessoas tem a dúvida de como os tigres não avançam nas pessoas. O que a maioria das pessoas falam é que os tigres estão drogados e por isso podemos chegar tão perto. Confesso que ficamos surpreso com a estrutura do local e o tratamento dos tigres. Há diversos cartazes no local onde eles explicam que os tigres não avançam pois todos nasceram em cativeiro e desde sempre estão acostumados com a presença do ser humano, e são muito bem alimentados, então nunca precisaram caçar. Ao longo da visita também descobrimos que os tigres mais velhos, onde entram as pessoas, tem no máximo 22 meses, pois após 2 anos de idade eles entram em uma fase a qual podem ficar agressivos e se torna perigoso o contato com os humanos. O que ficou mais claro ao longo da visita foi o quanto ativos são os tigres. O principal cuidado é a maneira como devemos nos aproximar deles e nos movimentar dentro da jaula, sem movimentos bruscos e aproximação sempre por trás. E me pareceu que a aproximação deve ser assim não pelo risco deles querem atacar, mas pelo risco deles quererem brincar e acabarem nos machucando. Enquanto as pessoas estão nas jaulas, eles se levantam, mesmo com pessoas fazendo carinho, entram na água, correm, pulam, brincam entre eles e com os brinquedos. Dificilmente um tigre sedado conseguiria fazer essas coisas. Na realidade pelo que percebi, eles são uns gatos, mas bem maiores. Na maioria do tempo são dorminhocos e gostam de um carinho, mas do nada se levantam e querem brincar. Além disso, o pessoal que fica na jaula com eles em nenhum momento maltrada. A única coisa que eles tem são umas varinhas que eles usam para colocar na frente dos tigres, para eles mudarem de direção por exemplo, ou então para fazer uma cosquinha neles. Se verificar o tamanho da varinha, dá pra ver que dificilmente machucaria um tigre, além de nenhum momento eles usarem o mínimo de força.
Primeiro fomos no SMALL. Ficamos esperando, pois há um número limitado de pessoas por jaula. Chegou a nossa vez e entramos com um dos homens que fica na jaula. Eles que nos levam, nos mostram como devemos fazer, onde sentar, como se aproximar, como fazer carinho. Os pequeninhos naquela jaula tem cerca de 6 meses. São muito sapecas! Bem divertidos, pulando de um lado para o outro e brincando entre eles. A pata deles já é do tamanho da nossa mão. Apesar da vontade de brincar com eles ser enorme, não tem como, pois o tamanhão deles já pode nos machucar. Fizemos carinho, deitamos na barriga e tiramos diversas fotos. O guia mesmo tirou várias fotos com a nossa máquina. Nessa jaula não compramos fotos e vimos que nem seria necessário para as outras jaulas, mas não faz mal, pois se for ver é bem baratinho.
A segunda jaula foi a do SMALLEST. Chegamos ali e já estava quase na hora de entrarmos, pois antes de ir na Small nós fomos ali deixar o nosso número na lista de espera. Antes de entrar precisamos tirar o chinelo e lavar as mãos. Os tigrinhos ali tem de 3 a 4 meses. Eles são muito fofinhos e muito dorminhocos. Dormem de 15 a 18 horas por dia. A Thay pediu se podia alimentar eles, mas o moço falou que já tinham sido alimentados de manhã. Seguimos fazendo carinho em um dorminhoco e depois vimos um bem sapeca deitado de barriga pra baixo, só observando o movimento. Fomos lá perto dele tirar algumas fotos. Enquanto eu estava perto dele ele se levantou e começou a caminhar ao redor de mim, se esfregando de um lado pro outro. Em seguida correu e foi encher o saco dos outros tigres. Nessa hora o moço foi pegar uma mamadeira pra ver se algum deles estava com fome. Voltamos no dorminhoco que começou a mamar. Em seguida o moço deu a mamadeira pra Thay, que quase chorou de emoção. Achou esse o melhor momento de toda viagem.
Seguimos então para a última jaula, dos adutos. Porém ainda faltava alguns minutos pro nosso número e resolvemos dar uma olhada nos NEW BORN. Chegamos lá mas não dava pra ver eles direito, até que o moço abriu a janela e coneguimos ver bem os bebezinhos de apenas 1 mês. Eram 5 deles, que começaram a berrar por comida assim que o moço entrou. Ele preparou a mamadeira e começou a dar pra eles, enquanto uns mamavam, outros brincavam e um chegou bem perto da janela e ficava só observando. É uma pena que não dá chegar perto desses.
Voltamos e ainda faltava um pouco de tempo para entrarmos. Na frente da jaula tinha um guri com um crachá escrito “Volunteer”. Ele era da Holanda e era o primeiro dia ali. Pedimos como ele conseguiu o trabalho. Ele disse que um dia foi visitar e falou pro cara que guiou ele em uma jaula que ele tinha um dos melhores trabalhos do mundo. O cara então explicou que ele também podia trabalhar como voluntário. Ele se informou, entrou em contato com eles, preencheu uns formulários e disse que ia ficar um mês trabalhando por ali. Com era o primeiro dia, ele não sabia o certo tudo que tinha que fazer, mas de manhã ele falou que tinha que limpar a jaula e de tarde ficava ajudando os turistas. Pedi se ele fazia biologia ou tinha experiência com animais e ele brincou que a única experiência que ele tinha era ter morado com a irmã dele. Fica a dica pra quem quiser passar um mês de voluntário no Tiger Kingdon em Chiang Mai, entrar em contato com eles e tentar uma vaga.
Logo chegou a nossa vez de entrar na jaula dos BIG TIGER. Confesso que deu um pouco de medo. Entrei e me deitei ao lado de um tigre que estava bem deitadão no chão. Deitei do lado, escorei minha cabeça nele e até peguei o rabo dele pra ameaçar uma mordida. Depois foi a vez da Thay. Os tigres nessa jaula tem no máximo 22 meses. Em seguida fomos perto de uma fêmea, que estava bem sentada e depois ficou brincando e mordendo a madeira. Por último fomos deitar do lado de um tigre, que estava bem deitadão com as pernas abertas. Primeiro fizemos carinho na barriga dele e depois tivemos a oportunidade de dar uma abração nele.
No final a gente estava com um sorriso de um lado a outro da cara, principalmente a Thayane. Aproveitamos para ver os tigres maiores ainda, os quais não podemos entrar na jaula deles. Saímos já era quase 2pm. Falamos com o nosso motorista e decidimos ficar almoçando ali. Ele já tinha almoçado e ficou nos esperando. Tem um buffet livre por THB 200,00 por pessoa.
Almoçamos e seguimos para a próxima parada. Optamos por ir na Monkey School. Chegamos e a estrutura é largamente inferior a do Tiger Kingdon. Bateu a mesma sensação da vez que chegamos no Crocodile Farm, em Bali. Enfim, como já tínhamos descido do carro tínhamos que entrar e conferir. O valor da entrada é THB 200,00 por pessoa. Entramos e pegamos o final de um show, onde o macaquinho na coleira andava com um cesto de flores, depois andou de bicicleta e por último pegava umas moedas que os turistas jogavam em um laguinho. Havia nós e mais um grupo de umas 5 pessoas. O show ia começar novamente em 10 minutos, enquanto isso poderíamos dar uma volta e ver os macacos. Eles ficam todos presos com uma corda que não deve passar de 2 metros. Vimos um macaquinho que parecia muito triste, com muito jeito de coitadinho. Era muito parecido com uma pessoa. Isso mexeu muito com a Thayane, que juntamente com a TPM, acabou chorando. Ficamos menos de 5 minutos, mas resolvemos ir embora. Quando estávamos saindo as moças nos mostraram uma jaula com outros macaquinhos, acabamos olhando. Depois elas deram uma mamadeira pra Thay dar pra um bebezinho. A Thay deu e depois resolvemos sair. As moças falaram que o show ia começar de novo em 10 minutos, que havíamos perdido o início. Avisamos que não iríamos ficar, mas elas insistiam. Tivemos que falar que não tínhamos mais tempo e precisávamos mesmo ir.
A parada seguinte foi uma das Hill Tribes, famosa pelas long neck women, a Baan Tong Luang. Tem mais vilas na região, mas essa é a principal delas. O motorista explicou que elas usam os anéis pra alongar o pescoço. Pois ter o pescoço comprido pra elas é bonito. Muita gente questiona o desconforto que deve ser. Mas daí eu me perguntei quantas vezes nós não usamos coisas desconfortáveis apenas porque está na moda ou porque é bonito? Mulheres, quantas bolhas vocês já criaram no pé por usar sapatos desconfortáveis? Digamos que elas não são tão diferentes da gente.
Chegamos na vila e muitas vezes fico pensando que precisamos evitar ser apenas turistas, que precisamos entender um pouco mais da vida dessas pessoas e o dia a dia nas vilas. No entanto, hoje em dia é difícil encontrar vilarejos que já não tenha influência da globalização. Acredito que no mundo hoje não existe mais aquele vilarejo que mantem os costumes e vivem da mesma maneira que viviam as pessoas da vila a centenas de anos atrás. Até porque, não significa que aquele, era um tipo de vida boa. Eu não gostaria de viver como as pessoas que moravam na minha cidade a 100 anos atrás e nem desejo isso pra eles. Mas é legal manter algumas tradições, assim como acontece com a gente. Na vila, há basicamente uma estande de coisa pra vender aos turistas do lado da outra. Mas é legal ver que muito do que é vendido é produzido ali mesmo, a tecelagem, por exemplo. Enquanto as mulheres vendem, ficam tecendo algumas coisas. Paramos em uma banquinha onde havíam uma mulher com diversas argolas no pescoço, assim como umas guriazinhas mais novas. Tiramos uma foto com elas e compramos algumas coisas. Subimos mais um pouco e vimos umas pequerruchas sentadas em uma banquinha e brincando de boneca. Não tinha como não pedir pra tirar foto com elas. A Thay pediu e logo uma pequena bem esperta falou “Sit down!” e colocou uma réplica do colar na Thay. Em seguida eu pedi se podia tirar uma foto com elas e elas colocaram em mim, mas ficou caindo e elas ajeitavam e davam risada. Aproveitei pra fazer umas cosquinhas nelas, que riam ainda mais. Elas eram muito fofas, foi muito legal aquela hora. Como tiramos foto com elas, aproveitamos pra comprar mais umas coisinhas daquela banquinha. No final a gente vê que acabamos sempre sendo turistas com hábitos de turistas. Mas o bom foi ver que não eram as menininhas que estavam vendendo, ou trabalhando, elas estavam apenas por ali, jogando algo parecido com peteca, cuidando de uma boneca e se divetindo como crianças.
Nosso meio de transporte de hoje. |
Esa foi a última parada do dia. Em seguida voltamos para o nosso hotel. Aproveitamos para ir tomar um café, no lugar mais parecido até agora com uma padaria brasileira. Pegamos um pão, umas nutellas. Eu matei um pouco da saudade do achocolatado com leite e a Thay foi de café preto. O lugar se chama Baan Bakery.
Em seguida fui ver para cortar o cabelo. Mas não tinha horário. Voltamos pro hotel para ver as fotos do dia e começar a organizar as malas pois amanhã já seguimos viagem. Organizamos tudo e chegou a hora de eu ir cortar o cabelo. Enquanto isso a Thay ficou usando a internet no hotel. Um pouco complicado explicar como cortar o cabelo quando o cabeleireiro não fala inglês e muito menos português. Mostrei o tamanho que eu queria. No final ele não cortou muito, mas já deixou melhor do que antes. Para alguém que não sabia como eu queria, fez um bom trabalho. E eu, gastei apenas THB 100,00.
Voltei pro hotel, tomei um banho e fomos jantar. Fomos no mesmo lugar de ontem, aproveitar que tinha WiFi, porque a internet do hotel é bem complicado de querer funcionar. Jantamos, usamos a internet e compramos mais uma banana pancake com chocolate. Após passamos na 7Eleven para comprar alguns mantimentos para os próximos dias de viagem. Um pouco complicado, quando a maioria das coisas está escrito em tailandês.
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