Do dia 02 de Junho a 12 de Setembro de 2012 realizamos o que chamamos de TRIP OF LIFE. Juntos, Érick Luchtemberg e Thayane Pezzi, nos aventuramos em uma viagem de 103 DIAS pela: Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Indonésia, Tailândia, Laos, Malásia, Vietnam e Camboja. Relatamos cada momento que passamos e diversas dicas para quem futuramente deseja seguir alguns dos nossos passos.

Enjoy it!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Quem é Adriano de Souza? Campeão Mundial de Surf!


Dia 17 de Dezembro de 2015 foi certamente um dia memorável para o surf brasileiro, coroando um ano incrível (ou até perfeito):
  • Campeão Mundial – WCT: Adriano de Souza
  • Campeão da Tríplice Coroa Havaiana: Gabriel Medina (título inédito pro Brasil)
  • Campeão da etapa Pipe Master: Adriano de Souza (título inédito pro Brasil)
  • Campeão WQS (categoria de acesso ao WCT): Caio Ibelli
  • Rookie do Ano (atletas estreantes no WCT): Italo Ferreira


Além dos seguintes pontos a serem comemorados:
  • 3 brasileiros no Top 5 (Adriano em 1º, Medina em 3º e Toledo em 4º).
  • O atleta com o maior número de vitória nas etapas: Filipe Toledo, com 3 vitórias.
  • 6 vitórias das 11 etapas disputadas no WCT (Toledo: Gold Coast, Rio de Janeiro e Portugal; Adriano: Margaret River e Pipe Master; Medina: França).
  • 2 finais apenas com brasileiros (Portugal: Toledo e Ítalo; Pipe Master: Adriano e Medina).
  • Do total de 11 finais, 9 com brasileiros na disputa (apenas Fiji e Jeffreys Bay sem brasileiros).
  • Atleta com maior número de nota 10 na temporada: Filipe Toledo.
  • Todos (7) os atletas do WCT de 2015 se mantem em 2016: Adriano de Souza, Gabriel Medina, Filipe Toledo, Italo Ferreira, Wiggolly Dantas, Miguel Pupo, Jadson André.
  • 3 novos atletas brasileiros juntam-se ao WCT e 2016: Caio Ibelli, Alex Ribeiro e Alejo Muniz.


Há quem pense que somente quem é surfista pode gostar e acompanhar o Campeonato Mundial de Surf. O que eu tenho a dizer é que eu sou a prova de que realmente não precisa surfar pra gostar, acompanhar e entender esse campeonato que vem ganhando cada vez mais força com o público brasileiro.

Vamos confessar! Todo mundo que assiste alguém pegando uma onda tem uma sensação de desejo enorme, de estar naquele mesmo lugar, deslizando sobre o mar. É uma mistura de adrenalina com suavidade, liberdade com superação. E isso tudo só ao assistir! Enfim, eu sempre tive esse mesmo desejo, mas morando em uma cidade que fica mais de duas horas de distância do mar (sendo um mar não muito atrativo pra ondas) acabou postergando essa vontade somente pra quando eu fui morar na Austrália. Chegando lá, comprei uma prancha (depois mais uma) e comecei a me aventurar nesse esporte. Mesmo assim, hoje a minha felicidade é apenas dropar, seguir pela parede mesmo que por poucos segundos então é ganhar o dia! Apesar do meu surf limitadíssimo, nada me impede de acompanhar cada vez mais o mundial da WSL (World Surf League). Afinal, ninguém precisa ser piloto pra acompanhar o Mundial de Fórmula 1 ou jogador de futebol pra acompanhar a Copa do Mundo da FIFA.

Certamente a tentativa de iniciar no surf ajudou a criar o interesse pelos campeonatos e há duas temporadas atrás, em 2013, eu comecei a acompanhar. Em 2014 fiquei de olho em todo o campeonato, que coroou o primeiro brasileiro campeão: Gabriel Medina. E esse ano, mais ainda, acompanhei as etapas, os rankings e essa final emocionante do Campeonato Mundial.

O ano de 2015 corou mais um brasileiro como o novo rei do surf mundial, que levará o título de Campeão por toda temporada de 2016: Adriano de Souza.

Mas quem é Adriano de Souza?

Um Mineirinho que não é mineiro. Nascido em Guarujá, São Paulo, iniciou no esporte através de uma prancha de R$ 30,00 dada pelo seu irmão. Ao bom estilo mineirinho, participou de 9 temporadas na elite do surf até chegar no topo do mundo. Na sua história dentro da organização tinha almejado no máximo um 5º lugar em três oportunidades (2009, 2011 e 2012). Adriano assistiu de perto a ascensão de Gabriel Medina, o garoto prodígio que surgiu e logo ganhou espaço no cenário mundial e garantiu o tão sonhado título do mundo pro surf brasileiro. Ao entrar na água, pra final de Pipe Master, o já campeão mundial lembra e agradece o campeão anterior: “se não fosse por ti eu não teria ganhado esse título também!”.

Mas poucos sabem que a tão conhecida Brazilian Storm, que vem a cada ano revelando novos talentos brasileiros, surgiu com o nome de Adriano. Esse que em 2004 conquistou o Mundial Júnior na Austrália e em 2005 foi o recordista de pontos no WQS, ganhando a credencial pra estrear na elite em 2006.

Mineiro é o precursor dessa nova geração e por muitos anos foi o principal representante do Brasil no WCT. Um cara que sempre foi muito criticado, por não ser considerado tão habilidoso. Ele não mandava tantos aéreos, nem entubava com perfeição como muitos nomes da elite.

O brasileiro certamente surgiu como azarão na etapa final pra levar o título mundial. Esse era o ano de Mick Fanning, com 3 títulos mundiais nas costas, o australiano era franco favorito ao 4º título na sua carreira. Na final de Bells Beach empatou em pontos com Adriano de Souza, levando a vitória dessa etapa por ter a melhor nota do heat. Fanning passou por um susto insano na final de Jeffreys Bay, sendo atacado por um tubarão e tendo como grande vitória daquela etapa a própria vida. Na final do evento de Trestles mais uma vitória do australiano sobre o Mineiro. Em Pipe Master, que revelaria o grande campeão mundial, o aussie passou por outro momento ruim ao perder o irmão mais velho. Certamente o título a Mick Fanning seria uma coroação de um ano de altos e baixos.

Mas em 2015 ninguém foi tão dedicado e focado como Adriano de Souza. Saindo muito bem das etapas australianas do campeonato, o Mineiro mostrava a cada etapa a sua superação. Ficou em 3º lugar em Gold Coast, 2º lugar em Bells Beach e 1º lugar em Margaret River. Assumiu a camiseta amarela por boa parte do campeonato e teve uma campanha constante. Brigou heat a heat, onda a onda. Fez viradas incríveis e chegou na última etapa com a difícil missão de acabar uma posição a frente de Mick Fanning e Filipe Toledo, os primeiros do ranking respectivamente. Porém, Mineiro era conhecido por não pegar ondas tubulares. Poucos acreditavam.

Só que o surfista brasileiro, líder da Brazilian Storm, conseguiu o grande feito: campeão em Pipeline! Com ondas de 10 – 11 feet, ele superou a todos e a si mesmo. Levou o caneco da famosa praia havaiana e do mundo inteiro!

Para os que ainda não o conheciam, apresento Adriano de Souza. O paulista, com estilo mineirinho, que chegou com que poucos o percebessem e dominou o mundo do surf!


Parabéns Mineirinho!