Acordamos, nos preparamos e fomos para o breakfast.
Bastante opção entre saladas, omelete, frutas, arroz e outras comidas típicas
de um café da manhã tailandês, além de umas pancakes, pão, geléia e manteiga.
Dentre toda essa variedade, ficamos apenas entre os pães e as frutas, pois a
pancake não era muito boa também. Além do café, e um suco que não consegui
tomar até o fim, pois parecia um chá gelado.
Em seguida ficamos no lobby do hotel esperando pelo
transfer para o Mahout Training. Mahout são os treinadores de elefantes. E é
mais ou menos isso que será o nosso dia hoje, todo em volta dos elefantes.
Ficamos esperando, passou o horário e nada do
transfer chegar. Ficamos com a pulga atrás da orelha de que estaríamos prestes
a levar outro golpe. Mas alguns minutos depois chegou a van para nos levar até
o Eddy Elephant Mahout Training,
camping o qual iremos fazer o elephant training. A van é boa, acredito que é
melhor do que esses taxis que geralmente são usados, onde basicamente as
pessoas vão na carroceria das camionetes. O único porém da van é que os bancos
pareciam aqueles brinquedos maxi motion, onde a cadeira se mexe pra frente e
pra trás conforme o que está passando no telão.
Além de nós, a van parou para pegar mais um casal,
o Nico e a Anna-Lisa, da Alemanha. A boa notícia é que seremos apenas nós 4 no
dia de hoje. Ao longo do caminho fomos conversando com eles sobre as viagens,
pois eles passaram por alguns dos mesmos lugares que a gente. A primeira parada
foi em um market, para pegar cachos de banana para dar aos elefantes e cana de
açúcar. Na parada descobrimos que o motorista da van é na realidade o Eddy, que
é o dono desse training center. É um figuraço e nos explicou que os elefantes
adoram banana e cana de açúcar, que é como se fosse chocolate pra eles.
Guloseimas! |
Van carregada de bananas. |
Uma meia hora na van e logo chegamos no training
center. A primeira coisa que fizemos foi trocar as roupas para nos prepararmos
para o nosso dia. As roupas não são a coisa mais linda do mundo, mas já nos deixa
avisados de que teremos muito pela frente.
Enquanto trocamos de roupa logo apareceu o primeiro
grandalhão. Um elefante de 6 anos de idade. Um filhotão, pois eles podem chegar
em torno dos 90 anos. Tivemos o nosso primeiro contato com o elefante. No
início um pouco de receio, mas logo já fomos nos integrando e dando algumas
bananas e cana de açúcar para o comilão comer. Realmente isso é o mesmo que
chocolate pra eles, pois logo ele vinha com a tromba em busca das guloseimas.
A chegada do grandalhão. |
O primeiro contato. |
Dando comida. |
O primeiro contato da Thay. |
Ficamos por ali, fazendo carinho, dando as comidas
e nos aproximando e conhecendo melhor esse mamífero gigante. Até que a Thay, receosa,
recebeu um grande beijo babado da tromba do elefante.
Em seguida o pequeno gigante saiu e tivemos a
primeira lição do dia. Era a aula de como guiar os elefantes, com os dizeres
que devemos falar bem alto, juntamente com as ações com os movimentos da perna.
O Eddie basicamente fala o som que devemos emitir e nós escrevemos da maneira
que nos lembraremos depois. Isso deveria ser usado posteriormente, quando
fossemos andar com o elefante, pois iremos diretamente no pescoço deles, sem
cesto ou qualquer outra coisa. Eu entendi que seria mais ou menos esses sons:
- Song sung: para o elevante levantar a perna para subirmos nele.
- Hã Hã – chutando as duas pernas pra frente para o elevante andar.
- Rááu – fechando as pernas para o elefante parar.
- Cuê Cuê – chutando a perna direita para o elefante ir para esquerda, e vice-versa.
- Chôp Chôp ou Tói Tói – arrastando a bunda pra trás para o elefante dar o ré.
- Mélowg – dando um tapa nas costas do elefante para ele sentar.
Depois da lição de como se comunidar com o
elefante, seguimos para onde eles ficam, para dar mais guloseimas pra eles. Lá
estava o bebezão que havíamos conhecido anteriormente, juntamente com um
grandalhão adulto. O Eddie nos falou que eles comem cerca de 300kg por dia. Que
no grupo dele há 20 elefantes e que apenas um macho é responsável por procriar.
Que a gestação do elefante leva 2 anos, mas que o ato sexual é rapidinho, menos
de 1 minuto.
Começamos então a dar mais bananas e cana de açúcar
para os grandalhões. A Thay ainda ficava um pouco receosa, entregando de longe
as comidas, fazendo com que o elefante espichasse bem a tromba pra conseguir
pegar. Mas aos poucos ela foi se soltando e chegando mais perto.
Coitado do elefante, tendo que esticar bem a tromba. |
Um pouco mais amistosa. |
Em seguida, precisávamos colocar em prático o que
havíamos até então visto apenas na teoria. Subimos nos elefantes e precisávamos
guiar eles. A Thay começou, juntamente com o Nico. A Thay foi no pequeno e o
Nico no grandão. A Thay estava com um pouco de medo no começo, mas novamente
foi se soltando aos poucos. Assim eles foram dando algumas voltas por ali. Em
seguida em fui no grandão e a Anna no pequeno. Fizemos a mesma coisa, dando algumas
voltas. No entanto, no fundo percebemos que quem guiava os elefantes não era a
gente, mas os guias que acompanhavam.
Mahout: Thayane Pezzi. |
Mahout: Érick Luchtemberg. |
Antes de seguirmos para o almoço, aproveitamos para o elefante fazer um truque, onde pegava o chapéu no chão e colocava na cabeça da gente. Em seguida fomos para o almoço, típico tailandês, com arroz como prato principal e omelete e alguns ensopados com vegetais e frango que servem como molho para o arroz.
Nosso almoço. |
Pra vocês saberem como é um banheiro típico da Tailândia. |
Enquanto almoçavamos, passava o grupo que estava
fazendo o elephant riding. O elephant riding é basicamente andar de elefante em
um grande cesto que fica nas costas deles. Para nós, um tanto quanto sem graça,
após todo o contato que tivemos com os elefantes. O legal é que passou um
bebezinho junto com a mãe. Logo a Thay correu pra fazer um carinho e tirar uma
foto com ele.
Depois do almoço pegamos mais algumas sacolas de
banana e cana de açúcar para seguirmos para o nosso teste real, onde iríamos
andar com com elefantes em meio ao mato mesmo. Logo que chegamos comecei a dar
algumas das guloseimas para o bebezão a qual já tivemos grande contato. Já estava
tão intímo que colocava a cana de açúcar diretamente na boca dele, não mais na
tromba, para depois ele colocar na boca.
Thayane levando a sacola de guloseimas. |
Bom garoto! |
Após alguns minutos subimos nos nossos elefantes. O
certo era ir 2 pessoas por elefante, um no pescoço e outro nas costas. Porém,
como o filhotão ia com a gente, e ele não é muito grande ainda, apenas uma
pessoa poderia ir com ele. A Thay, no caso. O Nico e a Anna foram em outro
elefante e sobrou pra mim um elefante para ir sozinho. Na realidade uma
elefanta, a mãe do bebezinho que havíamos visto antes. Assim eu segui, no
pesçoco da mãe, e o bebezinho acompanhando ela.
Pedindo mais comida. |
Seguimos para a nossa volta, em meio a uma trilha
em meio a mata. Alguns lugares, a trilha passava costeando uns morros e dava um
pouco de medo em pensar como o elefante caberia ali. Mas eles vão
tranquilamente, mesmo com todo aquele tamanho. Novamente, não dá pra ver que
não somos nós que guiamos os gigantes, mas os seus guias, que vão andando ao
nosso lado. Afinal, não iríamos aprender em um dia, o que os elefantes levam um
bom tempo para aprender. Até porque cada elefante tem um guia que fica com ele
a maior parte do tempo.
Chegamos depois no mesmo lugar onde havíamos ido de
manhã, para dar comida e dar a primeira volta com eles. Ali o Nico assumiu o
comando da mamãe elefante e eu fui para as costas. E a Thay foi nas costas da
elefanta que a Anna estava guiando. Confesso que nenhuma das opções é muito
confortável, literalmente uma “pain in the ass”, mas que vale bastante a pena.
No entanto, acredito que andar no pescoço é ainda melhor do que andar nas
costas.
Bebezinha mamando. |
Surf no elefante. |
Seguimos para a parte final e uma das melhores. A
hora do banho! Seguimos com eles até o rio, onde descemos e começamos a jogar
água e esfregar eles. Esfregamos com uma escova mesmo, afinal a pele deles
varia de 1 a 3 centimetros de espessura. Essa foi uma das horas mais divertidas,
onde jogávamos água neles, eles se deitavam, se esfregavam na água, um no outro
e assim nós íamos nos molhando também. Principalmente quando eles enchiar a
tromba de água e jorravam pra cima, nos dando um verdadeiro banho.
Hora do tombo! |
Bebezinho fanfarrão. |
Assim acabamos o nosso dia. Voltamos, trocamos de
roupa e tomávamos um café enquanto desenhávamos um elefante de presente para o Eddy.
Mr. Eddy! |
Em relação a como os elefantes são tratados, como o
Eddy falou pra gente, são a família dele. Lógico que os elefantes não estão
livres, correndo para um lado e pro outro, em um enorme campo verde, de grama
verdinha, um som de fundo e imagem em slow motion, em uma vila local, que
mantem os mesmos costumes dos seus antepassados e que nunca tiveram contato com
o mundo exterior. Isso é uma extrema utopia! No entanto, pudemos observar que
os elefantes são bem tratados, bem alimentados e em nenhum momento os guias
maltrataram eles. Apesar deles terem um pedaço de madeira, com uma espécie de
gancho na ponta, em nenhum momento eles batem com força nos animais. Como o
Eddie falou, é apenas usado para direcionar eles e eles sentirem o movimento,
afinal a pele deles tem de 1 a 3 cm de espessura. E como o Eddy falou, para ensinar
tudo aos elefantes, é necessário muita comida, pois é assim que eles aprendem
as coisas, sendo recompensados. Acho que no fim fizemos a escolha certa, pois a
companhia do Eddy tem um clima mais local, além do preço mais em conta. E
também ao longo do dia eles vão tirando diversas fotos, além das que eles tiram
com as nossas câmeras, e elas ficam disponíveis no site da empresa.
De lá voltamos para o nosso hotel, extremamente
gratificados com a experiência do dia. A Thay especialmente, com um sorriso que
atravessava o rosto de bochecha a bochecha.
Seguimos para o hotel, tomamos o nosso banho e já
conferimos a maioria das fotos que eles tiraram, pois já estava disponível no
site. Depois fomos atrás de algum lugar para jantar. Encontramos, bem próximo
ao Taphae Gate. Um restaurante chamado Black Canyon. Um restaurante um pouco
mais similar aos que estamos acostumados a encontrar, não tão ao estilo
tailandês. A comida é boa, porém em porções menores. Uma boa opção,
principalmente por ter wireless que funciona.
Em seguida, passamos na agência que compramos o
pacote confirmar que hora seria o nosso pick up amanhã para seguirmos a nossa
experiência animal, dessa vez no Tiger Kingdon.
103 Dias na Telinha...
103 Dias na Telinha...