Nossos dias sem hora pra acordar não são muito bem
aproveitados pois estamos indo dormir muito cedo nas noites anteriores. Como
ontem fomos dormir pouco mais de 9pm, hoje acordamos pouco mais de 8am apenas,
porém quase 12 horas de sono.
Acordamos e nem precisamos colocar os nossos
casacos, pois o dia estava ensolarado e relativamente quente, se compararmos
com algumas noites que pegamos. Aproveitei e estendi todas as nossas roupas e
toalhas que estavam molhadas pela campervan para que pudessem pegar um sol.
Tomamos o nosso café da manhã. Enquanto eu continuo acrescentando mais coisas
ao menu do breakfast (pão, peanut butter, geléia, margarina, sucrilhos, leite e
nescau), a Thayane vai reduzindo do dela pra se adequar a nova dieta: sucrilhos,
leite e banana.
Maior parte do tempo: uma campervan. Nas horas vagas: varal. |
Alimentação a parte, arrumamos toda campervan para
seguir a nossa trip. Na hora de ligar a campervan, uma surpresa nada agradável
já conhecida: sem bateria! Isso que dá deixar o ar ligado antes de dormir pra
secar as roupas e mais o rádio. E como não estava frio, nem liguei o motor pro
ar ficar quente. Mas felizmente o pessoal do camping tinha a maleta pra
conectar na bateria e ligar o carro.
Bateria funcionando, seguimos nosso rumo. Antes de
seguir fizemos uma paradinha (mas deixamos o carro ligado pra carregar a
bateria) na outro lado de Mt Maunganui, onde tem vista pro porto e Tauranga.
Mt Maunganui. |
Depois de abastecer o carro, abastecendo o motorista. |
Próximo destino: Coromandel! Objetivo: Cathedral
Cove. Seguimos pela Highway 2 e depois pegamos a 25. Do nada no meio do caminho
um monte de fumaça. Melhor dizendo: névoa, que aos poucos foi se intensificando
e trocou o dia ensolarado por uma estrada no meio das nuvens.
E do nada, muita neblina. |
O sol reapareceu e com ele as milhares de curva
pelo caminho. A partir de Whangamata muita serra e muita curva. Diversas curvas
de 25 e 35 km/h. A média da velocidade não passava muito de 40. Subia e descia
e assim foi por uma longa parte.
Em meio as curvas, o visual da praia. |
Passamos por Whitianga, mas antes quase pegamos o
caminho errado, a 309 Road. Seguimos pela Highway 25 até Coromandel Town. Muito
mais curvas pelo caminho. Os últimos 10km basicamente só curva. E no final, uma
vista e tanto na estrada!
Recorde: 15km/h |
Chegando na cidade fomos direto no I Site. E mais
uma das surpresas da nossa trip: Cathedral Cove era a 2 horas atrás, lá pelas
bandas de Whitianga. O que fazer em Coromandel City? Pelo que a guria do I Site
nos passou, nada de muito interessante, pelo menos nada que convenceu a gente a
fica por lá. Depois que nos demos conta que Cathedral Cove fica na Península de
Coromandel, não necessariamente em Coromandel Town.
I Site de Coromandel Town. |
Resolvemos voltar, pois ainda era 2pm. Pra volta
resolvemos pegar a 309, pois verificamos no mapa e era bem mais curta que o
caminho que viemos. Até porque não estávamos afim de pegar todas as curvas de
novo.
Partimos de volta pra Whitianga, pegamos a 309 e
mais uma surpresa, grande surpresa! Era estrada de chão! Depois de todas as
estradas, praticamente impecáveis, quase não deu pra acreditar que pegamos uma
estrade de chão. Além de estrada de chão: 25km de curvas. E assim seguimos:
curva pra lá, curva pra cá e presta atenção se vem carro da outra direção pois
na estrada cabia pouco mais do que um carro. Mas felizmente logo após todos
esses kilômetros de curva chegamos no nosso destino. 40 minutos no lugar de 2
horas.
Sim! Estrada de chão. |
Fomos no I Site de Whitianga pra verificar algumas
opções de camping naquela região. Cathedral Cove fica na praia de Hahei. Essa
região é uma reserva marinha e tem diversos tours pelas ilhas e praias, além de
passeios de kayak, snorkelling e scuba diving. Infelizmente nada muito atrativo
para essa época do ano. Outro lugar interessante nessa região é a Hot Water
Beach, onde o pessoal faz um buraco na areia até achar a água quente que vem do
solo.
Descemos rumo a Hahei Beach para dar uma conferida
nos campings. No caminho uma discordância de cooperação (traduzindo: briga)
entre eu e a Thay nas questões: dirigir, ver mapas, qual estrada pega, em
quanto tempo dobrar, qual mapa olhar e etc.
Chegamos em Hahei Beach e decidimos ficar no
camping daqui mesmo. Havia outra opção de camping que poderia ser mais em
conta, mas ainda mais pro sul. Por alguns dólares chegamos em um consenso
(finalmente) de ficar em Hahei, pois é daqui que sai a trilha de
aproximadamente 45 minutos para Cathedral Cove. Ficamos no Hahei Holiday Park, que fica na
beira da praia.
Hahei é uma praia tranquila. Bem tranquila! Há
algumas lojas, cafés e restaurantes, que podem ser contados em duas mãos.
Estacionamos a campervan e fomos dar uma caminhada na praia. O lugar é
realmente lindo! Diversas ilhas, água bem parada e clara. Algumas pessoas
caminhando pela praia, com seus cachorros, sempre sorridentes quando passamos.
Acesso do camping. |
Hahei Beach. |
Já era mais de 5pm e fomos em um Pub chamado The
Cove com free wi-fi. Um cappuccino pra mim e um hot chocolate pra Thay, NZ$
10,00 e internet liberada. Finalmente uma internet boa, rápida e “free”.
Ficamos 2 horas por lá. Adicionamos algums fotos no Facebook pras famílias
acompanharem um pouco a nossa viagem enquanto eu não consigo atualizar o blog.
Também enviei o material pro pessoal da Falamos Português, um dos
apoiadores do blog, que terá um Thumbs Up sobre o blog na próxima edição.
The Cove. |
A Thay já estava morrendo de vergonha na hora de
sair por termos ficado tanto tempo e tomado apenas um café e um hot chocolate. Devido
a isso achamos melhor deixar NZ$ 1,00 de gorjeta. Pouco, mas melhor que nada.
No camping de novo, 7pm e a dúvida que mais nos
bate nas noites por aqui: o que fazer? Não que as cidades não tenham um
restaurante ou um pub pra ficar. Mas para mochileiros poupadores como nós,
preferimos evitar esse tipo de gasto. Afinal, ainda temos muitos dias pela
frente mas pouca certeza de quanto cada um deles vai nos custar. O mais
racional é economizar por enquanto, gastar no que realmente vale a pena, pra
podermos aproveitar em todos os lugares.
Enfim, procuramos a sala da TV, mas não achamos.
Solução: ir para cozinha. Enquanto eu me interto escrevendo para o blog a
Thayane tenta bater o seu recorde no jogo de paciência do celular e depois
prepara a janta. Menu de hoje: massa e molho vermelho. Na sequência: arrumar a
campervan e dormir cedo novamente.
Uma observação interessante que acho legal fazer é
que dá pra notar o quanto a Nova Zelândia em geral é preocupada com o meio ambiente.
A questão de cuidar e respeitar as
florestas e animais. E principalmente a questão da reciclagem, que não se vê
muito na Austrália. Praticamente todos os campings que ficamos o lixo precisava
ser separado, assim como há diversos sinais ressaltando a importância da
reciclagem. Esse em especial, além da separação do lixo, já tem containers para
cada tipo de material reciclado: plástico, vidro (2 tipos), papel, latas e lixo
orgânico.
Amanhã partimos para trilha até Cathedral Cove e
depois seguiremos rumo a Auckland.
103 Dias na Telinha...
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