Hoje foi um dia cheio, vimos muita coisa legal e
interessante e aprendemos bastante coisa sobre Bali, o povo, a religião e os
costumes. Espero não esquecer de escrever nada do que fizemos, vimos ou
aprendemos.
Acordamos e fomos tomar o nosso café da manhã no
mesmo restaurante que jantamos ontem. Café, suco, toast por IDR 20.000,00. Em
seguida voltamos pro hotel para encontrar o Sandy e começar a nossa jornada do
dia.
Se você não faz idéia de coisas pra fazer e ver em
Bali, não se preocupe, pois há diversos motoristas assim como o Sandy que levam
os turistas pra lá e pra cá. E já há percursos mais ou menos prontos. Nós
tivemos muita sorte de ter conhecido o Sandy. A Joanna e o Hermann que nos
indicaram e passaram o contato dele. É muito gente boa e honesto. Além disso,
fala bem inglês. Pois diferentemente de Fiji, aqui na Indonésia não é todo
mundo que fala inglês. Ou muitos apenas falam o suficiente pra tiar o pedido no
restaurante ou vender alguma coisa na loja. Não que eu ache isso errado,
afinal inglês não é a língua da
Indonésia e eles não tem obrigação de saber inglês.
Contato do Sandy:
- ketutsandiawan@yahoo.com
- +62 81 246 64081
O primeiro lugar que paramos foi um lugar para
trocar dinheiro. Fomos em um lugar que o Sandy nos levou, bem perto do hotel,
que é confiável. É bem importante ficar ligado onde vai trocar dinheiro, pois
muitas vezes eles tem taxas menores, mas mãos muito rápidas e taxa de comissão.
Contam o dinheiro de maneira tão rápida e acabam derrubando algumas notas sem
você nem notar. Trocamos AU$ 300,00 por 9.680,00. Ficamos milionários!
Thay com mais de 3 milhões. |
Seguimos caminho e aos poucos íamos ficando impressionados
com Bali. É uma realidade muito diferente da que vivemos. As ruas e tudo ao
redor, principalmente a arquiterura, é incrível! Confesso que superou as minhas
espectativas.
Fui conversando com o Sandy, que me explicou muito
sobre a Indonésia. Bali é um pouco diferente da maioria do país. A Indonésia é
formada por mais de 17 mil ilhas e tem mais de 230 milhões de habitantes, sendo
que em geral a religião do país e mulçumana. Em Bali a religião predomintante é
o hinduísmo. No hinduísmos eles acreditam em apenas um Deus. No entanto, esse
Deus tem diversos nomes e faces. Eles também acreditam em reencarnação e karma.
O karma é basicamente o resgate que a pessoa tem na reencarnação futura,
conforme seus atos na encarnação atual. Por exemplo, caso uma pessoa não seja
boa nessa encarnação, poderá reencarnar futuramente como um cachorro.
Outro ponto muito forte na religião hindú são as
cerimônias e oferendas. Há diversas oferendas que podem ser feitas. Diáriamente
você vai ver por todos os lugares em Bali pequenos cestos com folha de
coqueiro, são pequenas oferendas. O Sandy me explicou que eles rezam
diariamente, para pedir proteção, agradecer e etc. Mas eles não vão no templo
rezar diariamente. A meditação no templo deve ser feita apenas em holiday, como
ele falou, onde a cabeça esteja vazia, sem preocupações.
Lojas, restaurantes e até mesmo carros. As oferendas estão em todos os lugares. |
Em relação aos templos, há muitos por Bali. De
grandes a pequenos. Ele nos explicou que cada família tem um templo. E as
famílias moram todas juntas, com os ancestrais. Um filho homem, vai morar com o
seu pai, que mora com o avô e assim vai. A mulher vai morar com a família do
marido. As vezes há 20 famílias, ou mais, morando em uma grande família. Além
do templo por família, eles tem o templo da village. Ele comentou que é muita
cerimônia, pois basicamente deve ser feita uma em cada templo a cada 6 meses do
calendário deles, que equivale a 210 dias para nós. Em uma village, com um
templo por família, acabam sendo muitas cerimônias. Por causa disso, muitas
vezes eles passam de cada 6 meses para 1 vez por ano.
Ele também nos explicou como funciona o nome deles.
Para homens primeiro vem o “I” e para mulheres o “Ni”. Após vemo número que
equievale a sequencia de nascimentos por casal. Por exemplo, primeiro, segundo,
terceiro ou quarto filho. Após o 4º, começa de novo. E por último, o nome
propriamente dito. No caso, eles não tem sobrenome.
Por exemplo, o nome do Sandy:
I (por ser homem) Ketut (por ser o 4º filho) Sandiawan (o nome dado pelos pais).
Muito aprendizado ao longo do dia! Mas voltando ao nosso
roteiro, começamos o nosso caminho até a região conhecida como Ubud. Essa
região é conhecida pelas diversas escolas de habilidades balinesas, como
tecelagem, prata, escultura na madeira, escultura na pedra e pintura. Em geral
esse é um lugar com preços mais altos do que as lojas encontradas em Kuta e Legian,
por exemplo. No entanto, é um lugar confiável onde a qualidade pode ser
garantida. As madeiras por exemplo, são fumigadas e pintadas de acordo, sem
risco de não entrar na Austrália. E a prata, com a porcentagem correta.
A nossa primeira parada foi na weaving school. Onde
eles mostraram como são feitas os sarongs, por exemplo, além de roupas, entre outras
coisas. Explicaram como é tecelado, pintado e colorido.
A segunda parada foi na silver school, onde eles
mostraram como são feito os artefatos de prata. Verificamos o processo e depois
fomos verificar a loja. Infelizmente nada muito barato. Em geral os preços são
bem similares aos do Brasil. O que diferencia, é a maneira como a prata é
trabalhada. Gostaríamos de comprar algumas coisas, mas o preço não estava muito
bom. O Sandy levou nós então em outro lugar, um pouco mais longe da rua
principal, mas que os preços estavam um pouco melhores.
A terceira parada foi em um village temple. Um
templo do século 12, como a maioria dos templos em Bali. Para visitar o templo
precisamos apenas fazer uma doação IDR 10.000,00 a IDR 20.000,00. Além de
colocarmos os sarongs. Importante é que mulheres que estejam mestruadas não
podem entrar nos templos. Na saída, uma cena engraçada. Eu li a placa e achei
que era o nome do templo. Quando mostrei pro Sandy ele explicou que aquilo não
era o nome, mas significava “Atenção”. Outro fator interessante é que na frente
do templo eles tem uma espécie de galpão onde eles usam pare reunir o pessoal
da village, quando precisam resolver um problema juntos e discutir alguma coisa
que envolve todos, por exemplo.
Não, "Pengumuman" não é o nome do templo. Significa: Atenção! |
A terceira escola de habilidades balinesas foi a carving
school. Realmente eles fazem esculturas incríveis. A vontade é de levar tudo,
mas infelizmente não temos dinheiro e nem espaço na mala. Acabamos comprando
algumas lembrancinhas. O interessante é que tamanho e preço não se equivalem,
mas sim a habilidade do escultor. Se for um master, vai ser mais caro do que
alguém que ainda está aprendendo. Em geral os preços variam de AU$ 30,00 a $
150,00, lógico que também tem coisas muito acima desse valor. Como comentei, em
Ubud os preços são mais altos e não rola a famosa barganha que deve ser feita
em Bali. No entanto, tudo é negociável. Eles já passam o preço dizendo que
podem fazer desconto e ficam abertos a negociação. É um bom lugar para começar
a treinar o choro e pedir desconto.
O interessante é que no caminho há diversas dessas
escolas. E há a village que é famosa pela prata, a outra village pela
esculturas de madeira, a outra village é na pedra e assim vai, com diversas escolas
em cada village.
Pelo caminho...
Chegamos no nosso destino principal, o Kintamani. É
nessa montanha que dá pra observar o vulcão Batur, que fica ao lado do lago.
Esse é um vulcão ativo, que teve a última erupção há alguns anos atrás. A vista
é realmente incrível, que não conseguimos transparecer nas fotos. Uma dica
imporante que o Sandy nos deu é que ali em Kintamani tem muitos vendedores de
rua, em hipótese alguma podemos mostrar interesse e muito menos tocar e pegar
pra ver o que eles estão vendendo. Se fizer isso, eles vão ficar seguindo você
por um bom tempo. Simplesmente basta dizer “No, thank you!”. Via das dúvidas o
Sandy nos ensinou a falar em Balinês: Suksma,
e em Indonésio: Terima Kasih. Mas fique esperto pois
os vendedores são bem inteligentes, eles passam com algumas coisas legais
falando “two dollar”, apenas para chamar atenção. Mas na realidade, o preço é
outro.
Ficamos almoçando em um restaurante que o Sandy nos
levou ali. Um buffet de comida típida da Indonésia. Aproveitamos e convidamos o
Sandy para almoçar com a gente. O restaurante fica na beira da montanha, com
uma vista irada para o vulcão. Em relação a comida, para nós um pouco spicy, já
para o Sandy, nem um pouco. Ele disse que nesses lugares mais turísticos eles
não colocam tanta pimenta por ter muito turista, mas logo a minha boca já
estava pegando fogo.
Pouca pimenta. |
Hora da sobremesa. |
Ainda com a marca do queimado. |
Aqui na Indonésia, o pessoal que serve os turistas
faz isso muito bem. As vezes é tanto que fico até meio sem jeito. Nas escolas
de Ubud, por exemplo, sempre que parávamos o carro eles já vinham abrir a porta
pra gente. No restaurante hoje, o ápice! Eu fui no banheiro e na hora de lavar
a mão um cara me entregou o papel para secar e o outro abriu a tampa do lixo
para jogar fora. Quando a Thay foi, abriram a torneira pra ela lavar a mão e
ainda apertaram o sabonete líquido. O mais engraçado, mas que não foi proposital,
é que eu não achei a descarga, pedi onde era e ele não me disse para eu ir
apertar, foi direto ele mesmo fazer isso. Além disso, nos hotéis e restaurantes
o pessoal é bem simpático, sempre passa e cumprimenta e pede como estamos.
Na volta, passamos por diversas pequenas villages.
Deu pra perceber ainda mais e mais motos. Todo mundo dirige as motos. Nos
vilarejos senhoras de idade até, muitas vezes, crianças menores do que 10 anos,
apesar da idade mínima ser 16 para moto e 17 para carro. E a moto serve pra
tudo e dá pra carregar tudo que se imagina. Muitas vezes vira até essas carrocinhas
de comida que tem nas ruas. E muitas vezes famílias inteiras na moto: homem,
mulher, 2 crianças e um bebe no colo.
Paramos em outro templo no caminho. Um templo
maravilhoso, conhecido como Water Spring Templo. É um templo no meio das águas.
A arquitetura, o lugar, as plantas, é tudo muito bonito! Para entrar tem um
valor bem baixo pra pagar, assim como a maioria dos templos e villages com
atrações. Algo que não passa de 50 cents por pessoa. Interessante é que haviam
alguns veados, cacatua e galinhas dentro de umas gaiolas e assim como eu
imaginei, seriam utilizados como oferenda em alguma ceriônia futura. Para
decepção da Thayane.
Essa vez sim. Esse é o nome do templo. |
Oferenda n° 1. |
Oferenda n° 2. |
Sandy, o nosso motora! |
Nesse templo também tem uma área para o pessoal
tomar banho. Não sei exatamente como funciona pois não entramos. Mas tinha uma
gurizadinha pequena tudo saindo lá de dentro com as cuecas na mão.
Com a cuéca na mão. |
Um costume que temos no Brasil é tomar um cafézinho
após o almoço. Aproveitamos e tivemos como parada seguinte um dos lugares
produtores do Luwak café. Esse é considerado um dos melhores cafés do mundo e
também um dos mais caros. A maneira como ele é feito é que não é muito
interessante. O Luwak é um animal, uma espécie de gato, que come a semente do
café. A semente então é processada no intestino do animal e depois, como vocês
imaginam, a semente sai. A semente então é recolhida, limpada e seca.
Aproveitamos para pegar uma xícara para nós dois, o valor da xícara é IDR 50.000,00.
Tomamos em lugar preparado na beira da plantação de arroz. Além disso vem com
outros cafés e chás, para poder ser degustado e comparado com as outras opções.
Realmente ele é um pouco melhor, com um aroma mais forte. Um ponto interessante
é que o café em Bali não é passado, como o que fazemos no Brasil, o pó é
colocado diretamente na xícara.
O produtor do café. |
A próxima parada do dia foi Tegallalang, uma famosa
plantação de arroz. Na realidade, há muita plantação de arroz em Bali, afinal
eles comem muito arroz por aqui. Conforme o Sandy nos falou, é no café da
manhã, almoço e janta. Por isso eu tinha achado estranho quando fui ver o que
tinha de café da manhã no buffet do hotel e encontrei uma grande tijela de
arroz. Próximo a Tegallalang também vimos muitas mulheres carregando coisas na
cabeça. O Sandy explicou que as mulheres em Bali são bem importantes para as
colheitas e que muitas vezes elas levam até 40kg nos cestos em cima das
cabeças.
A última parada do dia foi na escola de pintura.
Assim como nas outras escolas, eles nos explicam um pouco sobre como as coisas
são feitas e depois vamos na loja para ver se queremos comprar algo. Dentre
todas as escolas de pintura, uma que chamou a atenção foi a chamada Ubud
School. São retratos da natureza, com muito verde. Mas o que nos chamou ainda
mais a atenção foram duas pinturas. A primeira delas foi o retrato do por do
sol no templo Tanah Lot. Parecia uma fotografia, mas infelizmente o quadro
ficava acima dos 200 dólares. A segunda pintura era a da lateral da cabeça de
um elefante, onde aparecia a tromba, olho, orelha e uma parte do corpo. Era
realmente incrível! Por respito ao trabalho deles, não tiramos foto das
pinturas, mas aproveitei para parabenizar o pintor do por do sol.
Pintura do estilo de Ubud. |
Começamos o caminho de volta e uma coisa me chamou
a anteção: a enorme quantidade de pipas no céu. Por todos os lados, um monte de
pipas. O Sandy me falou que anualmente tem um campeonato onde a pipa com a
melhor desenvoltura e o melhor som reproduzido pela corda é a vencedora. Ele
explicou que as pipas chegam a ter 5 metros e que é preciso um grupo de pessoas
para controlar elas.
O Sandy nos deixou no hotel, tomamos nosso banho e
depois fomos dar uma volta e jantar. Aproveitamos para dar uma caminhada,
conhecer ali pela volta. Fomos até o centrinho de Seminyak. Aproveitamos para
dar uma conferida nos valores das coisas nas lojinhas. E percebemos que os
preços que eles oferecem são bem mais altos do que deve ser pago e que poucos
minutos de negociação já fazem a oferta deles ficar por menos da metade. De
qualquer maneira qeuríamos apenas ter uma noção. Mas em alguns lugares eles já
queríamos que comprássemos na hora e não paravam de insistir para darmos uma
contra proposta nos valores. Aproveitamos e seguimos a dica do Sandy e de outros amigos que vieram para Bali: pechinchar até não poder mais. Tem que ofercer 1/5 do preço que eles querem e não ir aumentando.
Outra coisa engraçada é que enquanto caminhava
ouvia umas buzinas. Achei que era porque cada pouco descia na calçada pra rua
pra desvias das coisas na calçada. No
entanto, depois eu fui me ligar que na verdade eram os taxis. Cada um que
passava dava um buzinada pra gente pra ver se queríamos ir com eles.
Que tal pegar um Taksi? |
103 Dias na Telinha...
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