O voo durou 8 horas até a chegada em Sydney. Logo
que saímos de Kuala Lumpur o pessoal serviu o lanche. Como essa foi uma das
primeiras passagens que emitimos, eu peguei um chicken sandwich e uma malaysian
meal pra integração na cultura local. Para ter a oportunidade de comer uma
comida típica da Malásia. Naquele dia nem me liguei que esse seria o último dia,
na realidade as últimas horas, da trip e com certeza já teríamos a oportunidade
de experimentar as comidas local.
Eis que
chegou a refeição. O sanduíche pra Thay e a comida da Malásia pra mim. Era um
arroz, com um frango temperado com curry. Só porque, definitivamente, não
gostamos de curry. E pra piorar, o estômago que não estava lá as mil
maravilhas. Acabei comendo quase todo o arroz e dando uma beliscada nos
frangos.
O sanduíche da Thay. |
E a minha opção! |
Depois do lanche não lembro de muito mais coisa. Acredito,
quase com certeza, que foi o remédio que fez com que eu realmente capotasse
durante o vôo. Foram poucas as vezes que consegui dormir durante os vôos. Acho
muito desconfortável. No entanto, essa vez eu apaguei e fui acordar somente
umas 4 horas depois.
Quando eu acordei ainda faltavam algumas horas até
Sydney. O sol estava nascendo no horizonte e providenciou um espetáculo de
cores incrível. Logo o dia ficou claro e conseguimos observar que estávamos
atravessando pelo deserto, com estradas de retas intermináveis.
Ficamos nos entretendo para matar o tempo que
restava, mas logo nos aproximamos de Sydney, em um cenário conhecido. Cruzamos
as Blue Mountains e em seguida começamos a ver a cidade que consideramos “nossa”.
Só em saber que já estávamos voando sobre Sydney, vinha uma alegria imensa.
Pouco mais de 9am o avião pousou e a sensação foi de ter chego em casa. Seguimos em direção a imigração, com um pouco de receio, com medo deles complicarem com a gente pelo fato da Thay não ter participado das aulas nesse último term do curso. Atravessamos o Duty Free e entramos na fila. A Thay foi em um guichê e eu fui no do lado.
O oficial que estava atendendo a Thay pediu da onde
ela estava vindo. Ela falou que era da Tailândia e ele comentou que a oficial do
meu guichê iria pra lá em duas semanas. Foram super simpáticos, pediram como
estava o tempo por lá, aproveitamos e dissemos que ela não podia perder as
festas do Slinky em Phi Phi. A preocupação foi à toa e mais uma vez entendemos
porque gostamos tanto desse país. Essa simpatia e educação das pessoas em geral
faz a gente se sentir muito bem.
Pegamos as nossas malas, que para nossa surpresa chegaram
todas inteiras. Até mesmo aquela que quebrou os dois puxadores. Em seguida
fomos para outra parte que nos deixava receosos, a alfândega. Ambos declaramos
que estávamos chegando com madeira. Fomos pro local indicado e o oficial leu e
disse: “Madeiras, certo? Vamos dar uma olhada.”. Em seguida eu disse que sim e
brinquei que não eram poucas. Ele devolveu a brincadeira e disse “Como assim? E
as árvores?”. Tiramos as madeiras da mochila, ele olhou uma por uma. Também
tiramos as madeiras da mala de mão e estava tudo ok. Ele também checou o meu
chapéu do Vietnam e o tubo feito de folha de bananeira que envolvia os quadros.
Em seguida agradeceu por termos declarado o que estávamos trazendo e nos
liberou. Ele nem questionou sobre as malas, que também tinham algumas madeiras.
Fomos para área de desembarque por volta das 10:30 am,
bem antes do que estávamos prevendo. Fomos pra parada de ônibus e logo passou o
bus 400 rumo a Maroubra Junction. Entramos no ônibus e alguns minutos depois
nos lembramos que deveríamos ter ido na LAN, pra confirmar o nosso vôo,
escolher os lugares e verificar da mala extra. Essa missão ficou pra Thay
realizar no office deles na City.
Chegamos em Maroubra Junction e ali sim estávamos
em casa! Fomos no Coles e pegamos umas besteiras pra comer. Em seguida a Thay
pegou um bus pra City, enquanto eu segui com as malas até a casa da Thaís e do
Silveira, que fica uns 15 – 20 minutos caminhando, normalmente. Porém a minha
situação era um pouco mais delicada, arrastando em uma mão uma mala enorme de
30 kg, com um mochilão nas costas com 20 kg, além de uma mochila na frente de
uns 7 kg e mais uma bagagem na outra mão com 10 kg. Ao longo do caminho recebi
diversos sorrisos e cumprimentos. Acredito que uma espécie de incentivo solidário
com a minha situação.
Com muita calma segui o caminho, parando um pouco
pra descansar e antes mesmo do que eu imaginava cheguei na frente da casa
deles. Larguei as malas por ali e fiquei esperando a Thay. Que foi no
escritório da Egali pegar a chave com a Thaís, passar no escritório da LAN e na
Chinatown comprar uma mala pra mim.
Enquanto esperava aproveitei pra usar a WiFi deles,
que estava salva no meu celular. E como tinha bastante sol, apesar do clima bem
mais frio do que estávamos acostumados, deixei as malas na frente na casa e fui
sentar na parada de ônibus em frente. Uma experiência bem interessante, onde
pude conversar com duas simpáticas senhoras enquanto elas esperavam os seus
ônibus. A primeira dela estava indo no grupo de leitura, bem simpática, me
contou que Maroubra é um nome aborígene e significa lugar ventoso. Ela também
falou do nome das outras praias, como Coogee, que significa sea weed, e La
Perouse, por ser descoberta por franceses, e se não me engano Malabar foi um
naufrágio. A segunda senhora que acabei encontrando sentou, olhou as minhas
malas na frente da casa do Silveira e da Thaís e me comentou que estava
preocupa, pois as pessoas não deveriam deixar as coisas assim no meio da rua,
que poderia ser perigoso e alguém levar. Eu expliquei pra ela que eram minhas e
seguimos o papo.
Fiquei por mais de 2 horas por ali, esperando a
Thayane. Enquanto isso as pessoas passavam e ficavam olhando aquela quantidade
de malas deixadas na frente da casa. Uma mulher que passou até achou que eram
coisas pra dar e foi conferir o que tinha.
A Thay chegou, com a mala, entramos e tivemos uma
surpresa com o tamanho da Kimura, que está enorme. Junto com ela está a Nina,
pois a Joanna também está na casa deles nesses últimos dias de Austrália.
Aproveitamos e começamos a arrumar as nossas
coisas. Essa é uma hora que a gente não sabe por onde começar. Com muito
esforço e concentração, quase como um quebra-cabeça, fomos ajeitando tudo. Põe
coisa ali, troca pra lá, cuida o que quebra, separa o que tem que ir na mala de
mão, organiza o que tem peso e o que tem volume para que no fim as 4 malas
ficassem dentro do limite de peso. Fora o case das pranchas, que ficaram
envolvidas por toalhas, cobertores e outras roupas.
A Sammy chegou, depois o Silveira, a Thaís, a
Joanna e o Maurício. Ficamos contando as novidades e acabando de arrumar tudo.
Combinamos de ir jantar fora, em um restaurante que tem em Bondi e serve costelas
inteiras de porco, ou então gado. Um prato e tanto! Parece que alimenta umas 3
pessoas. Mas no final, como a maior parte é osso, que deve ser roído, acaba
sendo o suficiente apenas para uma pessoa.
De sobremesa, uma passadinha no Bondi Pizza para se
deliciar com os famosos swirls, com calda de chocolate e sorvete, entre outras
delícias opcionais.
CALMA! Não acabou! Vamos estender um pouco a nossa viagem e relatar também a nossa volta até o Brasil.
Continue acompanhando!
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