Acordamos as 9am para não perder o breakfast.
Descemos, comemos e voltamos para o quarto. Ficamos pelo quarto organizando
algumas coisas no computador, nas malas e também dando uma relaxada, pois
nesses últimos dias estamos nos sentindo um tanto quanto cansados. Bateu uma
ressaca de viagens eu acho.
Era por volta das 11am quando fomos pro centro para
almoçar. Demos uma olhada em algumas opções de restaurante mas optamos por um
chamado Red Piano. É um restaurante que sempre que passamos na frente tinha
movimento. Decidimos não arriscar mais e ir no que as outras pessoas
indiretamente nos indicam.
Realmente foi uma escolha boa. Eu optei por uma
massa ao pesto e a Thay uma massa marinara. Curti bastante a minha escolha. A Thay
gostou da dela, mas gostou ainda mais da minha.
Ao meio dia e meio encotramos o Yan para fazer a
segunda rota dos templos. Hoje optamos por ir mais tarde, uma vez que ontem
acabamos antes das 2pm. Mesmo sendo um caminho e tanto e vários templos a
percorrer.
A primeira parada de hoje foi o Preah Khan. Foi construído no século XII pelo King Jayavarman VII.
Está localizado a oeste da Baray Jayatataka, com a qual era associado. Era o centro de uma organização
com quase 100.000 oficiais e serventes. O templo tem um design plano, com sucessivas galerias retangulares
em torno de um santuário budista, cercado por templos satélites hindus,
com vários acréscimos posteriores.
Assim como Ta Prohm, Preah
Khan foi deixado sem restauração em
diversas partes, com inúmeras árvores e outras
vegetações crescendo entre as
ruínas.
Já na saída do templo vimos como a nossa idéia de levar as balas pras
crianças foi boa. Quando elas vinham nos oferecer as coisas pra vender, eu
enchia a mão com um punhado de balas e oferecia pra elas. Dava pra ver o
sorriso grande que elas abriam no rosto pra pegar as balas, muito mais
espontâneo do que o sorriso de uma venda. Mas em nenhum momento nos sentimos
fazendo uma boa ação, pois as balas pra nós não custam praticamente nada e essa
é uma saída para que as crianças parem de ficar insistindo em comprarmos delas.
No entanto, ainda assim acreditamos que essa é uma maneira de evitar a compra de
souvenirs das crianças, pois muita gente compra por pena, mas não se dá conta
que só incentiva cada vez mais os pais a colocarem elas a vender.
Seguimos para o segundo templo, chamado Neak Poan. Esse é um templo bem
pequeno e cercado, onde não conseguimos nos aproximar muito. É na realidade uma
ilha artificial
com um templo budista circular no
meio, em Preah Khan Baray. Foi construído durante o reinado do King
Jayavarman VII.
O terceiro templo que visitamos foi Ta Som. É um pequeno templo construído
no final do século XII pelo King Jayavarman VII. O rei dedicou o templo para
seu pai Dharanindravarman II, que foi o rei do Império Khmer entre 1150 e 1160.
Quando estávamos saindo do terceiro templo, começou a chover um pouco. Logo
a tranquila chuva virou um temporal. O Yan fechou bem o tuk tuk e nos levou de
volta para o hotel. Acabamos pulando os outros 2 templos: East Mebon e Pre Rup,
os quais apenas passamos na frente. Foram aproximadamente 40 minutos até chegarmos
no hotel.
A nossa opinião sobre as visitas aos templos é que depois de visitar
alguns, fica tudo bem parecido. Não tendo interessante na história de cada um,
acaba ficando repetitivo. Eu diria que apenas o Small Tour é o suficiente. Ou
então para os mais guerreiros, dá pra começar bem cedo e tentar fazer os dois
tours em apenas um dia.
Assim que chegamos no hotel a Thay foi tirar um
cochilo e eu fiquei no computador atualizando o blog, atualizando as finanças,
pesquisando sobre os próximos lugares que vamos passar, como ir, o que fazer e
tudo que envolve a viagem.
Era cerca de 6pm quando fomos para o centro jantar.
Resolvemos encarar algo típico do Camboja. Fomos então em um dos lugares que
serve Cambodian BBQ. É similar ao do Vietnam, onde vem pequenos pedaços de
carne que nós mesmo preparamos no grill. A diferença é que as opções de comida
são: gado, camarão, ou quem sabe crocodilo, cobra e pernas de sapo? A Thayane
disse que não comeria nada além de gado e camarão. Trocamos então a cobra e
pernas de sapo por gado e camarão e eu encarei um pouco apenas de crocodilo.
Uma carne diferente, algo similar a peixe, mas ainda assim não tão similar.
Assim que saímos do restaurante fomos dar uma volta
e nos deparamos com uma situação muito comum no Camboja. Um gurizinho parou do
lado da Thay e ficou pedindo comida, com muita cara de coitado. Ele queria que
fossemos em um mercado comprar leite. A Rachel, que conhecemos no Laos e já
morou aqui, já havia nos precavido que as crianças vão nos turistas, pedem algo
do mercado e depois revendem. Nós falamos que poderíamos levar ele no
restaurante, mas não compraríamos nada do mercado. Ele mudou o discurso então e
disse que era pra irmã dele, que era recem nascida. Falamos que não
compraríamos de jeito nenhum, que se ele quisesse dávamos uma banana pancake
pra ele. Ele aceitou e veio com a gente na banquinha comprar. Fiquei puxando
papo com ele, que mantinha a cara de coitado. É interessante que o inglês dele
era muito bom. Melhor do que a maioria dos garçons e garçonetes que nos atenderam
até agora por aqui. Acredito que pelo menos a escola ele frequenta. Ele nos
contou que os pai e a mãe dele já morreram e que tinha 5 irmãs, de 1 mês, 2, 3,
4 e 5 meses. Eu falei que era impossível, mas enfim, nem ele, dentro da mentira
dele, sabia como realmente isso funciona. Eu disse que poderia levar comida
pras irmãs dele amanhã, mas iria levar pessoalmente na casa dele. Ele inventava
desculpas então fazendo eu desistir da idéia de ir levar na casa dele. No final,
a pancake ficou pronta ele pegou e logo saiu. Não podemos considerar de
qualquer maneira o que fizemos como uma boa ação, pois uma pancake não custa
nada pra gente. Eu acredito que uma boa ação é quando realmente nos doamos há
algo. Se ajudamos de alguma maneira aquele gurizinho, não tenho a mínima idéia,
pois não consigo imaginar o que realmente acontece com ele ou o real motivo e
quem manda essas crianças fazerem isso.
Depois dessa cena, no mínimo interessante, demos
mais uma volta pelo Market e em seguida fomos no local marcado pra pegar o tuk
tuk de volta pro hotel.
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