Do dia 02 de Junho a 12 de Setembro de 2012 realizamos o que chamamos de TRIP OF LIFE. Juntos, Érick Luchtemberg e Thayane Pezzi, nos aventuramos em uma viagem de 103 DIAS pela: Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Indonésia, Tailândia, Laos, Malásia, Vietnam e Camboja. Relatamos cada momento que passamos e diversas dicas para quem futuramente deseja seguir alguns dos nossos passos.

Enjoy it!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Day # 66 - Laos

Acordamos as 5am para nos preparar para ir ver os monges passar. Nos trocamos, nos arrumamos e descemos. Ainda estava de noite. Seguimos até a rua e logo uma mulher nos chamou para pegarmos arroz e outras coisas pra dar pra eles. Eu nem tinha pego a carteira, mas ela disse que depois ia no hotel. Na realidade ela não falava quase nada de inglês e não conseguimos entender muito bem a situação. Mas meio que na mímica agradecemos e explicamos que íamos apenas observar.

Continuamos pela rua, que estava vazia e aos poucos foi enchendo de turistas, que chegavam a pé e através de várias vans. Quando nos demos por conta, vimos que na verdade quem dá a comida hoje em dia são apenas os turistas, que compram das mulheres que ficam vendendo ali na rua. Na realidade elas já preparam o tapete, o lenço pra colocar no ombro e o pote de vime com as comidas. Confesso que ficamos um pouco decepcionados, pois eu acreditava que esse seria um dos poucos lugares onde realmente iríamos ver uma tradição local. Mas como em todos lugares onde chega o turismo, o pessoal dá um jeito de fazer business e ganhar dinheiro.

Tudo pronto para os turistas.
Turistas chegando a pé e de van.

Aos poucos o dia foi clareando e 15 minutos para 6am os monges apareceram. Eram diversos grupos de monges que vinham em fila e passavam para receber a comida que era doada pelo pessoal. O interessante é que a maioria dos monges são muito novos, meninos que não devem passar os 15 anos de idade. Alguns tão pequenos que em pé eram do tamanho das pessoas que entregavam a comida ajoelhados.


 Única senhora realmente local, que levantou cedo, pegou o seu banquinho, o pote de comida e foi entregar aos monges. 

Alguns monges bem novinhos.

Um pouco antes das 6am eles já havíam passado e voltamos para a guesthouse. Voltamos para cama e dormimos até as 9am. Acordamos, nos arrumamos novamente e seguimos para o café da manhã. Hoje caminhamos um pouco mais e achamos diversas opções de restaurantes e agências de viagem. Encontramos um restaurante, chamado Scandinavian Bakery. E tivemos um dos melhores breakfast da viagem até agora, com toast com manteiga e geléia, café e suco, além de um croissant de chocolate extra. Tudo por apenas 60.000 Kip para nós dois.



Voltamos para a nossa guesthouse e resolvemos alugar umas bicicletas para conhecermos a cidade. Uma bicicleta por dia é 15.000 Kip. Porém, a Thay não sabia se ainda lembrava como andar de bicicleta. No início foi um pouco torta, mais depois foi melhorando.



Mekong.

A nossa primeira parada foi o Mt Phu Si, um pouco complicado, ainda mais engraçado, de pronunciar. Porém, normal par ao pessoal dali, que não deve saber o significado da palavra em inglês que tem a mesma fonética. Estacionamos as bicicletas na frente, que possuem uma espécie de cadeado que trava as rodas. Em seguida verificamos a escadaria que tínhamos pela frente. Subimos a primeira leva e pagamos os 20.000 Kip por pessoa para seguir caminho. Seguimos pelas outras levas de escada que tinha, até chegar no topo do monte, encharcados já pelo suor, não tanto pelas escadarias, mas pelo calor que fazia. Lá de cima tem uma vista muito legal de Luang Prabang, que é uma ilha formada pelos rios Mekong e Khan.

O início e o final da primeira leva de escadas.

 Mais escadas!

A chegada!
Rio Khan.
Rio Mekong.
 

Enquanto estávamos lá em cima uma mulher, que trabalha para uma emissora de TV do Vietnam pediu se podia fazer uma entrevista comigo. Pensei: porque não? Nos preparamos, câmera e ação! Apenas um porém que dava uma dificultada. A repórter não tinha um inglês assim tão bom e as perguntas eram basicamente realizadas em duas palavras. Com todo o meu poder de interpretação, eu respondia o que achava que devia ser respondido e basicamente falava o que eu queria. No final, eles pareciam satisfeitos com a minha performance e os meus dizeres.


De lá seguimos até o final da rua para mais um templo, o Wat Xieng Thong, conhecido como Temple of the Golden City, que também custa 20.000 Kip para ser visitado. Esse templo foi contruído entre 1559 e 1560 e até 1975 era o templo da família real, onde os reis do Laos eram coroados. Uma má notícia para Thayane é que ela precisava colocar um sarong pra tapar as pernas e um outro lenço para tapar os ombros. Nada convidativo com o calor que fazia. O que chama a atenção são os detalhes dos prédios, com pinturas em todo o seu exterior e no interior, bem detalhadas. E em algumas construções, revestidas com imagens todas feitas em pequenos retalhos de espelhos coloridos. Demos uma olhada e aproveitamos para fazer uma prece, assim como fazemos em todos os outros templos. Afinal, independente da religião, é um lugar propício que nos permite agradecermos e pedirmos proteção por tudo que já vimos e ainda temos pra ver na nossa viagem.





Pelo jeito esses não estão muito interessados no templo.



No caminho de volta passamos por outro templo, que parecia ser interessante darmos uma conferida. Esse um pouco mais em conta, 10.000 Kip. O templo era o Watmaysouvanhnaphoumaram. Também com construções ricas em detalhes.




Buddhist Class.
 

Antes de voltar para guesthouse paramos para aproveitar um dos melhores custo benefícios de Laos, os shake de frutas. Extremamente refrescantes! Chegamos na guesthouse e fomos pesquisar em qual era o templo que havia o Pé do Buddha. No fim descobrimos que era no mesmo Phu Si, mas em um caminho diferente. A moça que trabalha na guesthouse foi bem simpática e me explicou onde era e ainda escreveu em um papel no alfabeto do Laos e no nosso alfabeto aonde deveríamos ir, assim bastava mostrar para o pessoal ao longo do caminho.





Pegamos as nossas bicicletas e voltamos ao monte, mas pelo outro lado. Encontramos a escadaria que indicava o caminho, mas a Thay não estava disposta a encarar mais degraus novamente. Demos a volta então até o lado da rua principal, a Thay voltou para guesthouse e eu subi tudo novamente. Lá em cima mostrei a folha que a moça da guesthouse havia escrito e consegui descobrir qual a direção eu deveria seguir. Subi até o topo novamente e lá em cima peguei a esquerda, em uma escadaria que dessa vez descia. Desci um pouco e logo vi as placas indicando o “Buddha’s Foot”. Antes havia um pequeno templo, dentro de uma caverna. Aproveitei para entrar e dar uma conferida. Continuei descendo e cheguei no Buddha’s Foot. É uma marca na pedra de aproximadamente 1 metro, que lembra a pegada de um ser humano.

Escadaria que leva ao Pé do Buddha.
 





Buddha's Foot.

Quando estava saindo encontrei um monge, que aparentava ser bem jovem, ele puxou assunto e ficamos conversando por diversos minutos. O nome dele é Sing e ele e a família são de Luang Prabang. No entanto, a família mora um pouco afastado e ele também não pode ver eles com muita frequência. Ele mora em um dos templos. Ele me falou que acorda por volta das 4:30am para começar as orações. Após eles seguem para fazer a cerimônia que vimos hoje pela manhã. Ele me disse que geralmente vai dormir lá pelas 10:30pm. Pelo fato deles acordarem tão cedo, achei que iam dormir bem cedo também. Ficamos conversando mais um pouco trocando informações sobre as nossas vidas. Ele sabe falar “Obrigado!” em português e eu aproveitei para aprender como era na língua do Laos: “Khawp jai”. No final aproveitei para passar o meu e-mail e meu nome completo, para que ele possa me adicionar no Facebook.

Eu e o Sing.

Desci até a rua e acabei saindo no que parecia ser a escola dos monges, com diversos monges bem jovens, a maioria mais jovem que eu, nos seus trajes laranjas, andando de um lado para outro, e diversas salas de aula. O interessante é que muitos jovens, na realidade ainda crianças, viram monges para ter uma boa educação. A educação por aqui é um pouco precária, então uma alternativa para uma educação melhor é virar monge.

Voltei para a guesthouse e engraçado que ao longo do dia cruzamos com bastante pessoas que havíamos conhecido no barco pra cá. Cheguei na guesthouse e é nessas horas que a gente dá a real importância ao ar condicionado do quarto. Ficamos por ali um tempo usando a internet, tomamos banho, começamos a ajeitar as malas e fomos jantar.

Um típico chuveiro nessa nossa trip.
Criatividade para deixar uma pintura bem protegida.

Novamente seguimos para o beco das comidas. A mesma opção: peixe pra Thay e o “buffet livre” pra mim. Uma coincidência e tanto foi que na mesa que sentamos haviam mais 3 brasileiras. Duas delas fazem wwoofing na Austrália, trabalhando nas fazendas, e a outra estava fazendo trabalho voluntário no Camboja e agora estava trabalhando em uma guesthouse em Luang Prabang em troca de um lugar para ficar e comida. Jantamos e depois seguimos para o Night Market, onde ficamos conversando com a Rachel, essa brasileira que trabalhou voluntariamente no Camboja. Foi bem interessante o que ela nos passou, onde ela viu que muitas ONGs de países desenvolvidos vão no Camboja abrir um orfanato, onde os turistas pagam cerca de 20 dólares para fazer o “trabalho voluntário” que é basicamente passar um dia brincando com as crianças. No entanto, ela falou que as vezes as ONGs não tem crianças o suficiente e acabam “alugando” das famílias locais por muito menos do que os 20 dólares pagos pelos turistas por dia. Por esse motivo ela foi para uma favela onde dava aula de inglês e acabou criando uma cooperativa local, onde as famílias podiam trabalhar e ter uma renda. Um pouco triste, pois os orfanatos (fakes) servem para saciar o ego dos turistas que pagam para passar um dia brincando com as crianças e se sentirem melhores com a “boa ação”, além de gerar uma renda para ONG, que gasta muito menos do que ganha com as crianças.

Tirando essa triste realidade, a parte engraçada é que hoje ela estava jantando fora pois o menu da família da guesthouse era sopa de cobra. Assim como as vezes rola um amendoin com sangue, de pato provavelmente.

Nos despedimos dela e fomos dar uma olhada nas lojinhas do Night Market e comprar as lembracinhas do Laos. É um pouco complicado, pois são tantas barraquinhas, com produtos que se repetem que fica até difícil saber em qual delas comprar.


103 Dias na Telinha...







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