Érick no Terra

Quando entramos em um café em Hoi An, no Vietnam me deparei com a seguinte placa:

Esse foi um daqueles momentos que a gente para pra pensar e resolve dar uma conferida no que realmente o Google expõe sobre as nossas vidas.

Como não sou uma pessoa famosa consigo facilmente controlar a quantidade de links que realmente são a meu respeito. Dentre os links que surgiram na minha pesquisa apareceu um que chamou a minha atenção:

Terra – 15 de Agosto de 2012: Intercâmbio pé-de-meia perde espaço, afirmam agências

Sim! Na reportagem do link acima há duas fotos do meu primeiro intercâmbio, o Work & Travel em Los Angeles - EUA, nos anos de 2008/2009.

Após 3 anos como consultor de intercâmbio para centenas de pessoas vou seguir com esse meu vício e aproveitar o gancho da reportagem para dar o meu parecer, baseado nas minhas experiências, sobre as duas opções de intercâmbio: Work & Travel nos EUA ou Curso + Trabalho na Austrália, em relação ao “pé de meia”.

Como todos já devem ter percebidos com essa trip de 103 dias, sou a favor de gastar todo o rico dinheiro que ganhamos através de muito suor ao longo do intercâmbio antes de voltarmos para o Brasil. Eu acredito que durante um intercâmbio surgem oportunidades que não podemos deixar passar. As mesmas que exigem gastarmos esse dinheiro. O maior exemplo é a viagem que vocês vem acompanhando, onde eu e a Thay nos impomos a missão de gastar todo o dinheiro que juntamos durante o tempo que moramos e trabalhamos em Sydney. Diga-se de passagem, estamos cumprindo essa missão muito facilmente.

No entanto, na hora de fazer um intercâmbio de trabalho precisamos avaliar as reais chances de conseguir juntar um dinheiro. Em um programa de 4 meses nos Estados Unidos, dificilmente vai dar pra juntar a quantidade de 8 meses morando na Austrália, mesmo sendo um programa exclusivo para trabalhar.

Hoje eu diria que o programa Curso + Trabalho na Austrália é uma das opções que realmente dão a chance do intercambista fazer o seu pé de meia. No entanto, existe um fator bem imporante nisso tudo: a sua força de vontade. Em quase 9 meses em Sydney eu vi muitas pessoas fazendo muita grana e outras que não juntaram nada. Ambas as situações no mesmo período de tempo.

Em relação ao programa Work & Travel dos Estados Unidos, é uma ótima opção para curtir cerca de 3 meses de trabalho e depois até 1 mês de férias. Onde as chances do dinheiro que você juntou nesses 3 primeiros meses ser todo gasto no último mês. Além disso, muitas pessoas que fazem o Work & Travel nos Estados Unidos conseguem salário apenas para pagar as suas despesas diárias, sem nem conseguir juntar grana para o período de férias. Novamente, juntar dinheiro ou não vai depender da força de vontade de cada pessoa.

Um comparativo nessa questão financeira entre Austrália e EUA...

• Na Austrália os salários costumam ser bem mais altos que nos EUA. Enquanto a média de salário o Work & Travel é U$ 8,00/hora, na Austrália essa média fica em AU$ 15,00/hora.
• No entanto o custo de vida na Austrália será mais alto que o custo de vida nos Estados Unidos.
• Outra facilidade do W&T é que não há limite de horas para trabalhar. O intercambista pode conseguir muita hora com o seu empregador e até mesmo conseguir mais empregadores. Já na Austrália há por lei o limite de 20 horas de trabalho por semana, pois há a necessidade de estudar pelo menos 20 horas semanais.
• Voltando a um ponto forte da Austrália, é que você não tem limite de tempo para ficar no país e por mais que os primeiros meses tenham sido complicados para juntar dinheiro, você pode renovar o seu visto e aumentar o seu período de intercâmbio para ganhar aquela grana extra. Enquanto no W&T você não tem como renovar o seu visto e seu contrato de trabalho acabará de qualquer maneira.

Enfim, juntar dinheiro é complicado. Não diria que é uma coisa difícil. Economizando no dia a dia e se empenhando no trabalho até que é fácil. Mas ainda mais fácil é achar motivos para gastar esse dinheiro. Além de oportunidades únicas, como viagens ou outras atividades (shows e festas, por exemplo), que muitas vezes são bem complicadas de realizarmos após voltarmos para o nosso país e precisamos aproveitar naquele exato momento da viagem.

Foi breve, mas espero que a minha opinião sobre as experiências com os meus dois intercâmbios ajude aqueles que estão em dúvida sobre qual o melhor programa para realizar.