Acordamos
e vimos uma mensagem da Júlia sobre o real motivo do cancelamento do nosso
passeio de helicóptero ontem. Ficamos um pouco chocados! A história completa aqui: Acidente de
Helicóptero.
Logo
cedo eu e o Pedro fomos pro aeroporto buscar o carro que havíamos alugado.
Levou cerca de 1 hora de ônibus ali de Waikiki. Chegando lá descobrimos que
apenas as principais locadoras de carro (Hertz, Enterprise, etc) ficam no
aeroporto, pras demais é necessário pegar um transfer até o local onde elas
realmente ficam.
A
Economy ficava a 1,5 milhas do aeroporto. E o transfer é da própria locadora,
então tem que marchar com uma gorjetinha pro motorista da van, por estar
prestando esse serviço.
Na
hora de acertar íamos fazer no cartão do Pedro por ser vinculado a conta dos
Estados Unidos, mas descobrimos que tinha que ser o cartão de crédito (não pode
ser débito) do próprio motorista, que no caso seria eu. Para cartão de débito
ou pagamento em dinheiro eles cobravam U$ 20,00 a mais por dia e era necessário deixar
um depósito de U$ 1.000,00 como garantia. Eu não queria usar o cartão de
crédito, por ter que pagar 6,38% de IOF e apenas saber o valor real do dólar no
dia da fatura. Porém, ficamos sem outra alternativa.
Outra
surpresa foi que os U$ 11,00 por dia que já havíamos pago por seguro total quando alugamos na Rental Car
não era aceito, eles só aceitavam o seguro deles. Só que o seguro deles era U$
15,00 por dia e só pra danos de até U$ 1.000,00, sem proteção a roubo, danos de
estrada ou natural, entre outras coisas não inclusas. O completo era U$ 25,00 por dia. Normalmente
eu não arrisco e pego o completo, mas dessa vez ligamos o foda-se e fomos com o
mais básico.
Mas
a surpresa maior foi quando chegou um carro, que segundo a descrição do site
seria um Ford Aveo ou similar. Está certo que era a categoria de carros mais
simples, mas o carro que nos entregaram foi um Fiat 500 de apenas 2 portas. E
pra piorar: amarelo!
Sinceramente,
eu não indicaria essa locadora. Indicaria pesquisar com mais calma e pagar algo
mais completo e confiável. A Budget parecia ser a melhor opção quando
pesquisamos, mas estavam sem carro disponível pras nossas datas nas categorias
mais em conta.
Saímos
da locadora e fomos buscar as gurias no hostel. O deslocamento foi apenas uns
20 minutos. Eu e a Thay já fizemos o check out e nós quatro iniciamos
a nossa aventura sobre rodas.
Estamos motorizados! |
Mas é um Fiat 500 amarelo! |
O
nosso destino eram as praias do lado leste da ilha. No caminho paramos no Pali
Lookout. Na hora de estacionar o carro descobrimos que a chave não trancava o
carro no automático, então tentamos trancar manualmente e não conseguíamos. Foi
aí que rolou uma das cenas mais engraçadas da viagem. Eu decidi ligar pra
locadora pra descobrir como fechava sem o botão da chave ou teríamos que devolver
o carro. Ela pediu qual o carro tínhamos alugado e eu respondi um cinquecento, com sotaque italiano. Ela
respondeu que não tinha entendido, que não tinham um carro com esse nome. Eu
repeti ressaltando que era da Fiat, ela continuou dizendo que não sabia qual
carro era. Até que eu me liguei em falar que era um Fiat five hundred. Aí sim ela soube qual carro era e explicou a maneira
simples de fechar as portas com a chave na maçaneta. A única diferença é que a chave gira
pro lado contrário pra trancar e destrancar do qual estamos acostumados.
Sente o poder da caranga! |
No Pali Lookout estava nublado e com um vento frio. Esse é um ponto que tem uma
vista única da ilha, com um grande vale a frente. Mas também é historicamente
importante para o Hawaii como um todo, pois no final de 1700s o Rei Kamehameha I
veio da ilha de Hawaii pra unificar todas as ilhas sob um único reino. A
batalha por Oahu começou com a sua chegada em Waikiki em 1795. Oahu estava sob o
domínio do Chefe Kalanikupule de Maui, que havia conquistado aquela região uma
década antes. Começou então uma série de intensas batalhas, até que a batalha
conhecida como Kaleleka'anae (saltando do peixe anae), pois obrigou muitos guerreiros a saltarem do penhasco,
consolidou a vitória de Kamehameha. Com essa conquista, e a assinatura de um acordo
com Kaua'i, o Rei Kamehameha unificou as ilhas e se tornou o primeiro rei das
ilhas havaianas.
Seguimos
sem rumo pela Kamehameha Hwy, sim a rodovia que tem o nome do rei da história
acima. Que por sinal se pronuncia “camerramérra”, não como o famoso golpe do
Goku. Essa rodovia faz uma conexão da parte sul de Oahu para a North Shore.
Optamos
por parar em Kualoa Ranch, uma praia
praticamente vazia. Pouquíssima gente além de nós por ali, apesar da beleza do
local. Aliás, isso é algo que impressiona, de repente porque há tantos locais
bonitos, mas a maioria das praias são vazias, centralizando a grande massa em
Waikiki. Assim como a estrutura é boa, com estacionamento, mesas e banheiros,
mas não mais do que isso nas praias. Nada de restaurantes, lanchonetes,
barraquinhas ou qualquer coisa do tipo. É uma conexão muito grande e tranquila
com a natureza em si.
Aproveitamos
a parada pra fazer o nosso lanche e ficar desfrutando da paz e graça do local.
Voltamos
para a parte mais sul da ilha, por uns 40 minutos, até Sandy Beach. Essa é a
praia favorita do Mr. Barack Hussein Obama II, mais conhecido como o presidente
dos Estados Unidos. Pra quem não sabe, ele nasceu e cresceu em Honolulu.
A
praia é realmente bonita, mas vou ter que discordar com o presidente em colocar
ela na primeira colocação. Essa é uma praia de shore break, daquelas que tem uma onda grande que quebra bem na
beira da praia, boa pra prática de bodyboarding ou bodysurfing. Em alguns
momentos pode ser até perigoso, tanto que o apelido dessa praia é break-neck (quebra pescoço). Mas esse
dia estava bem agradável. Entrando poucos metros no mar já vinha uma onda que
nos elevava e voltava em um balanço bem agradável. Outro fato interessante é
que a areia da praia brilha, como se fosse um céu estrelado.
Nossa
próxima parada era um desafio e tanto, subirmos o Koko Head. Era por volta das
15:00 quando fomos até lá. São 1.106
degraus até o topo. Basicamente a subida é dividida em duas partes: a primeira
é mais plana, até que chega em uma espécie de ponte e então começa a segunda,
que é bem íngreme.
1.106 degraus. |
Prontos pro desafio.
Pausa pra descanso e apreciação da vista. |
Não
é propriamente uma trilha, mas sim uma subida. Tem uma espécie de trilho de
trem, sendo duas hastes de ferro na lateral, com divisões de madeiras
demarcando o que poderíamos chamar de degraus. Apesar de tudo a subida é
tranquila, em uma hora consegue subir de boa. Pode se tornar puxado, mas é só
ir fazendo paradas. O ideal é subir com roupas leves, um bom tênis e não levar
nada que não seja necessário, eu aconselharia subir apenas com água (bastante)
e a máquina fotográfica ou celular pra registrar o momento. No nosso horário não tivemos maiores
problemas, mas eu evitaria períodos de sol mais intenso.
Missão cumprida.
Um pouco de cansaço. |
A
vista lá em cima é bonita, por ser um ponto bem alto. Mas o meu parecer pessoal
é que a vista não é o grande objetivo dessa trilha, mas sim o desafio pessoal
de subir até àquela altura. Faz bem pra saúde e pra auto estima. Não é uma
conquista grandiosa, mas que certamente deixa feliz quem atinge.
Um "360º".
Hanauma Bay. |
Waikiki ao fundo. |
Ilha de Molokai. |
A
descida certamente é mais tranquila, mas requer atenção. É fácil esquecer os
cuidados básicos e dar algum passo em falso. Eu indicaria cuidar também dos
joelhos, procurando pisar de maneira correta pra evitar qualquer lesão.
We got it! |
Seguimos
nosso caminho até Halona Beach Cove. Já estava no entardecer e o céu estava
muito bonito. Tem um estacionamento com a vista pra enseada e uma placa
alertando perigo, pra não passar daquele ponto e descer. Porém, de cima vimos
uma coisa que nos chamou a atenção e decidimos ir até lá embaixo conferir. Era uma
tartaruga, de boa, nadando pela enseada. A propósito, cove é enseada, não é derivado de cave (que significa caverna). Nos confundimos porque tinha uma
pequena caverna, mas que não dava em nenhum lugar, a grande atração mesmo ali é
a enseada. E naquele momento, a tartaruga.
No
nosso retorno abastecemos o carro. Com U$ 20,00 encheu o tanque. O galão (3.785
litros) fica na faixa de U$ 2,40.
Voltamos
pra Waikiki e largamos o Pedro e a Júlia no hostel, pois iriamos seguir nossa
estadia no Airbnb. A ideia era tomar
um banho, passar no mercado e fazermos uma janta pra nós 4 no apartamento. Só
que o plano não deu certo, o Kevin (nosso host) estava viajando e havia deixado
a chave no estacionamento do prédio. Chegando lá não estava a chave. Só que ele
estava em New Jersey, que são 6 horas de fuso horário. Como já era de noite em Oahu,
onde o Kevin estava era madrugada. Qual era a chance de conseguimos contato?
Até tentamos, tentei ligar, deixei recado na caixa postal, enviei mensagem no celular e pelo site também, até
pra umas vizinhas contamos o ocorrido. Mas nada pra nos salvar. O problema é
que estávamos esgotados, imundos depois da trilha do Koko Head e o hostel
estava lotado. Pensei que teríamos que dormir no carro até que ele respondeu a
mensagem. Por sorte ele estava em um bar com os amigos e pode resolver o lance
da chave pra nós.
Acabamos
cancelando a janta. Só fomos comer algo e depois fomos pro apartamento nos
acomodar e descanar.
Para
saber mais sobre a nossa primeira experiência no Airbnb confira aqui: Primeiravez hospedados no Airbnb.
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