Do dia 02 de Junho a 12 de Setembro de 2012 realizamos o que chamamos de TRIP OF LIFE. Juntos, Érick Luchtemberg e Thayane Pezzi, nos aventuramos em uma viagem de 103 DIAS pela: Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Indonésia, Tailândia, Laos, Malásia, Vietnam e Camboja. Relatamos cada momento que passamos e diversas dicas para quem futuramente deseja seguir alguns dos nossos passos.

Enjoy it!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Hawaii - Dia 9:

O nosso destino hoje foi Haleiwa, em North Shore. No caminho cruzamos com 3 guardar com controle de velocidade, felizmente estávamos indo dentro do limite e não tomamos nenhuma multa. Mas é bom saber que eles ficam em cima, porque eventualmente andamos acima do máximo permitido e nem percebemos, porque nas highways tem várias pistas e asfalto de qualidade.

Chegamos e a praia já estava com ondas maiores em relação a sábado, mas o mar estava bem mexido.

Como já passei aqui, no roteiro dessa trip estava programado um passeio de helicóptero sobrevoando a ilha de Oahu. Porém, acabou não rolando porque o helicóptero em questão se envolveu em um acidente e os voos foram cancelados. Assim ia por água abaixo um dos highlights da nossa viagem, um mix de aventura com apreciação do ápice da beleza local.

Esse passeio havia sido contratado pelo Groupon, então resolvi dar uma conferida no site se não havia alguma outra atração que pudéssemos substituir o passeio cancelado. Nada chamava muito a minha atenção até ler a seguinte oferta: Shark-Cage Diving Encounter. E o primeiro pensamento foi: Por que não? Comecei a ler as reviews e todo mundo indicava o passeio, como uma experiência completa, com uma pitada de adrenalina, bastante conscientização e garantia de satisfação.

Há algum tempo eu e a Thay optamos por não participar de passeios envolvendo animais. Não queremos incentivar o turismo que se baseia na exploração da fauna. Não julgamos quem o faz, até porque já participamos anteriormente em várias ocasiões. Apenas decidimos evitar daqui em diante. De qualquer maneira, esse caso era diferente, os presos na história toda são os humanos. E fui buscando mais informações onde constava que a prática em questão não afeta o ecossistema.

Apesar de ser um programa familiar, conforme os comentários de quem já foi, incluindo a participação de muitas crianças, a Thay decidiu esperar na praia. Não queria correr nenhum risco. Já eu mergulhei, literalmente, nessa aventura e resolvi ir olhar de perto um dos animais mais temidos pelo ser humano.

O passeio é promovido pelo Hawaii Shark Encounters, que fica localizado justamente em Haleiwa, na North Shore havaiana. E dessa vez eu estava com sorte, pois reservei o passeio justamente em um dia em que pôde ser realizado, depois de duas semanas de cancelamentos seguidos por conta de muita onda ou muito vento. Sem contar que a previsão pro dia seguinte era de não acontecer novamente, pois estava entrando um dos maiores swell, com ondas gigantes, na costa norte de Oahu.

  
Nós chegamos por volta das 10:00, um pouco antes do horário, que era as 10:30 na marina, com saída do barco as 11:00.

Marina de Haleiwa.
O barco.




O encontro é em uma gaiola localizada cerca de 20 minutos de barco do píer de Haleiwa. São grupos de aproximadamente 6 pessoas de cada vez, que entram na gaiola e encaram frente a frente o “predador dos mares”. O nosso encontro contou com sete tubarões galápagos, de aproximadamente três metros de comprimento. Junto deles um pequeno sand shark, de cerca de um metro.






A experiência é realmente incrível! Eu diria que é imperdível. Pode parecer exagero, mas ter esse encontro, olho a olho, só demonstra o quanto somos injustos com esses animais. Essa experiência desmistifica o papel de “assassino” dada a essa espécie, que tem um papel muito importante no equilíbrio de todo o ecossistema marinho. Na realidade, os tubarões não costumam caçar, eles normalmente se alimentam pelo caminho mais fácil, comendo coisas deterioradas ou caçando peixes machucados. A caça é o último recurso, onde a presa normalmente é escolhida pelo tamanho, preferencialmente muito menor que a do tubarão em questão. Até porque a média da refeição é de apenas 1% dos seus pesos, que ajuda a manter a energia pra que eles possam nadar cerca de 60 milhas por dia.






Uma verdade é que os tubarões são muito curiosos. E vale lembrar que eles não tem mãos, então a boca é a saída pra identificar melhor as coisas. E mesmo eles tendo uma visão até sete vezes melhor que a do ser humano, é sempre bom evitar cair na água, porque acaba gerando bolhas e curiosidade. O ideal pra entrar na água com tubarões é deslizando, sem gerar barulho e bolhas, onde o animal pode identificar facilmente o ser humano, que não está na sua lista de refeição.



A sensação é que a gaiola pouco importava pros tubarões, assim como a nossa presença. Eles nadavam ao nosso redor sem nos dar a mínima importância. Provavelmente a mesma reação aconteceria se estivéssemos sem as barras pra nos proteger. Mas acho que ninguém ali estava disposto a se arriscar dessa maneira. Na realidade, em Haleiwa existe a possibilidade de mergulho com cilindro com os tubarões, fica a dica pra quem tiver interesse e a certificação.



Outro ponto muito legal nessa experiência foi a de ouvir o canto das baleias humpack. Primeiro eu pensei estar ouvindo o barulho da jaula, mas depois foi confirmado ser o canto das baleias e consegui ouvir com maior nitidez. No caminho de volta uma das baleias até chegou a aparecer uns cem metros a frente do nosso barco, mas foi questão de segundos e logo sumiu pelo oceano.

Todas as informações e conscientização foi passado pelo pessoal que nos guiava no barco, que eram bem atenciosos e ressaltavam a importância de cuidarmos dos tubarões. Eles frisavam a todo momento que o tubarão não é assassino, e que esse papel está sendo muito bem representado pelo ser humano, exterminando os tubarões dos mares. Anualmente o homem mata milhares de tubarões, enquanto houveram apenas 98 ataques de tubarões aos seres humanos em 2015. Desses ataques, uma pequena minoria acaba em morte.

Alguém duvida que tubarões não são perigosos? Segue uma página do livro SuperFreakonomics.
Em resumo, recomendo muito esse passeio a todos que estiverem passeando pela ilha de Oahu. É uma experiência completa!

No barco haviam dois guris trabalhando, e um deles viu a minha bermuda, da academia onde treino jiu jitsu, e brincou se eu ia dar um mata leão no tubarão ou então trocar uma chave de braço por chave de barbatana. Nisso o outro guri veio conversar comigo, porque ele é filho de um brasileiro, o Heitor Fernandes, que é shaper e foi há muitos anos morar no Hawaii.

Ele veio conversar comigo, em uma mistura de inglês com português, me falou que a mãe dele é de Floripa e em duas semanas estava indo pra lá visitar a vó, por isso precisava treinar o português. E na conversa ele também comentou que dias atrás o Carlos Burle estava na casa dele, e que o Sylvio Mancusi também era amigo da mãe dele, e que nem sabia que os caras eram conhecidos no Brasil.

Me comentou também que o pai dele é faixa roxa de jiu jitsu e foi uma das pessoas responsáveis por apresentar a modalidade ao professor da Sunset Beach Jiu Jitsu, a academia onde a galera da North Shore treina, sendo vários surfistas e outros grandes nomes do meio do surfe. Eu até trouxe meu kimono pra dar um treino ali na academia através de uma indicação, tentei contato só que até então não tinha recebido nenhum retorno do professor. Foi legal que o outro gurizão já tinha treinado e mandou uma mensagem pro professor dizendo que eu estava na área e queria ir dar um treino por lá, ele respondeu que as portas estavam abertas. Só que infelizmente o aluguel do carro encerra amanhã, e deve rolar o Eddie Aikau, então a North Shore para e não deve rolar treino.

Sobre o Quiksilver in Memory of Eddie Aikau, é um campeonato de ondas gigantes que acontece na ilha de Oahu, mas em 31 anos essa seria apenas a 9ª edição, porque precisa de uma ondulação muito grande. O campeonato ocorre em homenagem ao Eddie Aikau, que foi o primeiro salva-vidas de Waimea Bay e um dos melhores big riders do mundo. Segundo consta, ele e o irmão Clyde nunca deixaram ninguém morrer enquanto eram salva-vidas. Além disso, surfou todos os maiores swell na North Shore de 1967 até 1978. Justamente por isso que surgiu a expressão: “Eddie would go!”.

Há 7 anos não rola o campeonato, mas estava sendo esperada a maior ondulação em 20 anos. Ainda bem que eu segui a dica do Kevin e agendei o passeio de tubarão pra hoje, até porque os guris do barco confirmaram que nas duas últimas semanas não tinha rolado passeio por conta do vendo e das ondas, e pra amanhã estavam cancelando novamente.

Eu voltei pra praia por volta das 13:00. Nesse meio tempo a Thay ficou aproveitando a praia e dando uma volta por Haleiwa. Pegou um sol, viu a brasileirada em peso por lá, até uma tartaruga chegou a ver.




Em seguida fomos almoçar. Essa é uma vantagem de Haleiwa, enquanto a maioria das outras praias é basicamente a beira-mar, a rodovia e casas, por lá tem um centro com lojas e restaurantes, mas nada de muito exuberante, são construções de madeira e coloridas. Algo simples, no bom estilo North Shore.










Nós almoçamos no Pizza Bob’s. Eu peguei um Big Island Paniolo Burger e a Thay meia Caesar Salad, ambos por U$ 12,00. Fechando a conta em uns U$ 30,00 ao incluir as tips.



No retorno passamos por Waimea Bay, que ainda não tinha tanta onda, mas já tinha uma galera acampando na beira dos cliffs pra poder garantir a melhor visão do campeonato que está praticamente confirmado pra amanhã.

Seguimos até Pipeline, que até tinha ondas maiores que sábado, mas o mar estava bem mexido e com pouca gente na água, só um surfista e três bodyboarders.





Fomos então pra Sunset Beach, onde estava rolando algumas ondas. Ficamos um tempo sentado ali na beira da rodovia, assistindo a galera surfar.








  
No retorno ainda paramos mais um pouco em Kuilima Cove, no Turtle Bay Resort. E depois seguimos nosso retorno pelo lado oeste da ilha, com mais uma parada rápida em Kualoa Ranch.






Chegando em Honolulu fomos jantar no Ala Moana Center e depois uma passada no Walmart, que além de ser bom pra abastecer o estoque de comida, é um lugar bom pra comprar lembranças e presentes por preços atrativos.



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