Dia 17 de Dezembro de 2015 foi certamente
um dia memorável para o surf brasileiro, coroando um ano incrível (ou até
perfeito):
- Campeão Mundial – WCT: Adriano de Souza
- Campeão da Tríplice Coroa Havaiana: Gabriel Medina (título inédito pro Brasil)
- Campeão da etapa Pipe Master: Adriano de Souza (título inédito pro Brasil)
- Campeão WQS (categoria de acesso ao WCT): Caio Ibelli
- Rookie do Ano (atletas estreantes no WCT): Italo Ferreira
Além dos seguintes pontos a serem
comemorados:
- 3 brasileiros no Top 5 (Adriano em 1º, Medina em 3º e Toledo em 4º).
- O atleta com o maior número de vitória nas etapas: Filipe Toledo, com 3 vitórias.
- 6 vitórias das 11 etapas disputadas no WCT (Toledo: Gold Coast, Rio de Janeiro e Portugal; Adriano: Margaret River e Pipe Master; Medina: França).
- 2 finais apenas com brasileiros (Portugal: Toledo e Ítalo; Pipe Master: Adriano e Medina).
- Do total de 11 finais, 9 com brasileiros na disputa (apenas Fiji e Jeffreys Bay sem brasileiros).
- Atleta com maior número de nota 10 na temporada: Filipe Toledo.
- Todos (7) os atletas do WCT de 2015 se mantem em 2016: Adriano de Souza, Gabriel Medina, Filipe Toledo, Italo Ferreira, Wiggolly Dantas, Miguel Pupo, Jadson André.
- 3 novos atletas brasileiros juntam-se ao WCT e 2016: Caio Ibelli, Alex Ribeiro e Alejo Muniz.
Há quem pense que somente quem é surfista
pode gostar e acompanhar o Campeonato Mundial de Surf. O que eu tenho a dizer é
que eu sou a prova de que realmente não precisa surfar pra gostar, acompanhar e
entender esse campeonato que vem ganhando cada vez mais força com o público
brasileiro.
Vamos confessar! Todo mundo que assiste
alguém pegando uma onda tem uma sensação de desejo enorme, de estar naquele
mesmo lugar, deslizando sobre o mar. É uma mistura de adrenalina com suavidade,
liberdade com superação. E isso tudo só ao assistir! Enfim, eu sempre tive esse
mesmo desejo, mas morando em uma cidade que fica mais de duas horas de
distância do mar (sendo um mar não muito atrativo pra ondas) acabou postergando
essa vontade somente pra quando eu fui morar na Austrália. Chegando lá, comprei
uma prancha (depois mais uma) e comecei a me aventurar nesse esporte. Mesmo
assim, hoje a minha felicidade é apenas dropar, seguir pela parede mesmo que
por poucos segundos então é ganhar o dia! Apesar do meu surf limitadíssimo,
nada me impede de acompanhar cada vez mais o mundial da WSL (World Surf
League). Afinal, ninguém precisa ser piloto pra acompanhar o Mundial de Fórmula
1 ou jogador de futebol pra acompanhar a Copa do Mundo da FIFA.
Certamente a tentativa de iniciar no surf
ajudou a criar o interesse pelos campeonatos e há duas temporadas atrás, em
2013, eu comecei a acompanhar. Em 2014 fiquei de olho em todo o campeonato, que
coroou o primeiro brasileiro campeão: Gabriel Medina. E esse ano, mais ainda,
acompanhei as etapas, os rankings e essa final emocionante do Campeonato
Mundial.
O ano de 2015 corou mais um brasileiro como
o novo rei do surf mundial, que levará o título de Campeão por toda temporada
de 2016: Adriano de Souza.
Mas quem é Adriano de Souza?
Um Mineirinho que não é mineiro. Nascido em
Guarujá, São Paulo, iniciou no esporte através de uma prancha de R$ 30,00 dada
pelo seu irmão. Ao bom estilo mineirinho, participou de 9 temporadas na elite
do surf até chegar no topo do mundo. Na sua história dentro da organização
tinha almejado no máximo um 5º lugar em três oportunidades (2009, 2011 e 2012).
Adriano assistiu de perto a ascensão de Gabriel Medina, o garoto prodígio que
surgiu e logo ganhou espaço no cenário mundial e garantiu o tão sonhado título
do mundo pro surf brasileiro. Ao entrar na água, pra final de Pipe Master, o já
campeão mundial lembra e agradece o campeão anterior: “se não fosse por ti eu
não teria ganhado esse título também!”.
Mas poucos sabem que a tão conhecida Brazilian Storm, que vem a cada ano revelando novos talentos brasileiros, surgiu com o nome de Adriano. Esse que em 2004 conquistou o Mundial Júnior na Austrália e em 2005 foi o recordista de pontos no WQS, ganhando a credencial pra estrear na elite em 2006.
Mas poucos sabem que a tão conhecida Brazilian Storm, que vem a cada ano revelando novos talentos brasileiros, surgiu com o nome de Adriano. Esse que em 2004 conquistou o Mundial Júnior na Austrália e em 2005 foi o recordista de pontos no WQS, ganhando a credencial pra estrear na elite em 2006.
Mineiro é o precursor dessa nova geração e
por muitos anos foi o principal representante do Brasil no WCT. Um cara que
sempre foi muito criticado, por não ser considerado tão habilidoso. Ele não
mandava tantos aéreos, nem entubava com perfeição como muitos nomes da elite.
O brasileiro certamente surgiu como azarão
na etapa final pra levar o título mundial. Esse era o ano de Mick Fanning, com
3 títulos mundiais nas costas, o australiano era franco favorito ao 4º título
na sua carreira. Na final de Bells Beach empatou em pontos com Adriano de
Souza, levando a vitória dessa etapa por ter a melhor nota do heat. Fanning
passou por um susto insano na final de Jeffreys Bay, sendo atacado por um
tubarão e tendo como grande vitória daquela etapa a própria vida. Na final do
evento de Trestles mais uma vitória do australiano sobre o Mineiro. Em Pipe
Master, que revelaria o grande campeão mundial, o aussie passou por outro
momento ruim ao perder o irmão mais velho. Certamente o título a Mick Fanning
seria uma coroação de um ano de altos e baixos.
Mas em 2015 ninguém foi tão dedicado e focado
como Adriano de Souza. Saindo muito bem das etapas australianas do campeonato,
o Mineiro mostrava a cada etapa a sua superação. Ficou em 3º lugar em Gold
Coast, 2º lugar em Bells Beach e 1º lugar em Margaret River. Assumiu a camiseta
amarela por boa parte do campeonato e teve uma campanha constante. Brigou heat
a heat, onda a onda. Fez viradas incríveis e chegou na última etapa com a
difícil missão de acabar uma posição a frente de Mick Fanning e Filipe Toledo,
os primeiros do ranking respectivamente. Porém, Mineiro era conhecido por não
pegar ondas tubulares. Poucos acreditavam.
Só que o surfista brasileiro, líder da
Brazilian Storm, conseguiu o grande feito: campeão em Pipeline! Com ondas de 10
– 11 feet, ele superou a todos e a si mesmo. Levou o caneco da famosa praia
havaiana e do mundo inteiro!
Para os que ainda não o conheciam,
apresento Adriano de Souza. O paulista, com estilo mineirinho, que chegou com
que poucos o percebessem e dominou o mundo do surf!
Parabéns Mineirinho!
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