Do dia 02 de Junho a 12 de Setembro de 2012 realizamos o que chamamos de TRIP OF LIFE. Juntos, Érick Luchtemberg e Thayane Pezzi, nos aventuramos em uma viagem de 103 DIAS pela: Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Indonésia, Tailândia, Laos, Malásia, Vietnam e Camboja. Relatamos cada momento que passamos e diversas dicas para quem futuramente deseja seguir alguns dos nossos passos.

Enjoy it!

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Rio 2016

Essa Olimpíada no Rio de Janeiro comprovou duas coisas: o pior do Brasil é o brasileiro, assim como o melhor do Brasil é o brasileiro.


Há cerca de 20 dias atrás tínhamos uma massa brasileira criticando com todas as forças o que estava por vir. Era a população e a mídia unidas para justificar tantos erros pelos quais não deveria ter Olimpíada no Brasil em 2016. Muitos falavam que não deveriam ter os jogos por conta da crise econômica. Burrice. A nossa crise econômica foi e está sendo fortemente gerada por uma crise política. Seria justo os atletas pagando por erros dos políticos? Ouvi também que o brasileiro deveria boicotar os jogos e não comparecer nos eventos. Burrice novamente. Afinal, todo o valor já havia sido investido, não iriam cancelar os jogos, iria acontecer de qualquer maneira. Era a hora de aproveitar, não de reclamar.

Frente a todas as críticas e comentários absurdos eu optava por duas coisas: esclarecer e contrapor os tantos argumentos jogados no ar, ou me calar frente aqueles que não valeria a pena gastar minha saliva frente as tamanhas asneiras que falavam. Meu discurso era um, de que as Olimpíadas iriam acontecer, do jeito brasileiro, com seus erros e acertos, e que deveríamos torcer para que tudo desse certo e a população, os atletas e o mundo tivesse uma grande experiência.


O Esporte:

Em um país com tantas coisas a melhorar o esporte ainda é salvação! O esporte ainda é redenção. O esporte ainda é alegria. O esporte é disciplina, respeito e companheirismo. O esporte nos ensina a valorizar o esforço, mostra que é somente nós que podemos buscar o resultado, que nada cai do céu e quanto mais eu me dedicar, melhores são as chances de sair vencedor.


O esporte é sim uma das maiores injustiças do mundo, pois são dezenas de competidores e apenas um vencedor. Mas o esporte não faz diferença. É no esporte que o negro, o branco e o amarelo tem chances iguais. O rico e o pobre também. Os altos, gordos, magrelos, baixinhos, todos podem vencer. É uma maneira de mostrar ao mundo que ter pré-conceito é uma ilusão, pois somos todos iguais. É uma maneira de unir o mundo, onde diferentes modalidades são praticadas por atletas de todos os continentes.


O Show Brasil:

Para aqueles que apostavam na Olimpíada da vergonha, dos erros, da falta de segurança, do zika vírus, dos transportes lotados, dos atrasos, grandes gastos e até ataque terrorista... aquele abraço!

O Brasil mostrou que pode recepcionar o maior show do mundo! O brasileiro mostrou que tem paixão! O povo se solidarizou com os atletas, vibrou, vaiou, cantou, dançou e festejou. Ensinou aos gringos como torcer e encantou a grande massa do mundo, surpreendeu as grandes potências esportivas do planeta. Michael Phelps, Novak Djokovic, Usain Bolt, Simone Biles, Serena Williams, entre tantas outras estrelas, provaram e aprovaram o jeitinho brasileiro de torcer.


A Rio 2016 teve gastos próximos às edições de Londres 2012 e Pequim 2008. Ainda serviu de modelo paras as próximas edições, que vão ter na edição do Rio de Janeiro o modelo para uma organização mais enxuta e sustentável. Se algo foi desviado nesse montante? Fica na consciência de quem o fez. Mas como destacou Thomas Bach, presidente do COI, o Brasil mostrou que é possível ter uma Olimpíada sem parar o entorno, enfrentando todos os desafios do dia a dia de um país como o nosso.


A Potência EUA:

Há quatro anos atrás eu escrevi o seguinte texto: TUDO ERRADO! Criticando o incentivo ao esporte no nosso país, que deveria começar em nós, dentro das nossas casas.

Sim, precisamos comemorar o nosso melhor resultado em Olimpíadas! Tanto no número total de medalhas, como no número de douradas. Mas será que não podemos ir além disso?

Tem quem sinta uma vergonha do 7x1, mas se conforma e nem dá bola pra um Estados Unidos com 121 medalhas no total, sendo 46 de ouro, frente a um Brasil que ganhou 19 medalhas no total, com 7 de ouro. Sendo que os Estados Unidos têm 320 milhões de habitantes em 9,4 milhões de km², e o Brasil com 205 milhões de habitantes em 8,5 milhões de km². Países que se assemelham muito. Mas por que tanta diferença a nível de resultado nos esportes?


Podemos colocar a culpa na política, na economia, na desigualdade e até nos portugueses de 500 anos atrás. Mas nos Estados Unidos o aluno já vai pro Ensino Médio sob uma observação minuciosa das suas habilidades, vislumbrando potenciais atletas. Os pais incentivam, as escolas incentivam e o governo incentiva. Enquanto no Brasil, nenhum dos três incentiva! Quantos Michael Phelps, que tem o corpo feito pra natação, de repente não estão assentando tijolo em algum lugar por aí nesse Brasilzão? Quantas Simone Biles não estão dentro de um escritório? Quantos Kevin Durant podem estar agora numa moto fazendo tele entrega?


“Eu acredito”:

Assim como a torcida gritava nas arquibancadas em momentos de dificuldade, eu ecoo a mesma frase: eu acredito! Assim como eu, e milhões de brasileiros, acreditamos no nosso país frente a uma responsabilidade tão grande, eu continuo acreditando que o esporte pode ser mais forte. E o esporte mais forte pode ajudar a mudar o nosso país pra melhor. Muito melhor!


Eu tenho a esperança de um legado. Que esses Jogos Olímpicos tenham servido pra conhecermos o rugby sevens, o badminton, o polo aquático. Nem precisamos falar do tiro, canoagem e ginástica artística, que já somos bronze e prata! Precisamos abrir o nosso leque de esportes, mas sem esquecer os que já nos orgulham. É necessário acreditar e incentivar. Por isso eu clamo aos pais, coloquem seus filhos praticar algum tipo de esporte. Por isso eu clamo as escolas, incentivem e eduquem seus alunos a praticarem esporte. Por isso eu clamo aos governos e entidades privadas, incentivem o esporte! Tudo isso é um investimento. Um investimento em um Brasil melhor. Se começarmos agora, em 4 anos já teremos algum resultado, que pode ser ainda maior daqui 8 anos e maior em 12.


Parabéns aos atletas! Parabéns ao Rio de Janeiro! Parabéns brasileiros!
  
A festa foi lindíssima! Já deixou saudades!


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