Nos últimos dias vi algumas
pessoas divulgando um texto o qual poderia ser um resumo da nossa história,
desse blog. Por esse motivo achei interessante compartilhar também!
Texto originalmente
publicado em inglês no blog Where
Are My Heels no dia 12 de Maio de 2012.
Tradução: Yasmim Ribeiro
Namore um cara que viaja
Namore um garoto que tenha mais experiências ricas
que brinquedos caros, uma pulseira hippie feita a mão ao invés de um Rolex.
Namore um garoto que dê risada quando ouve as palavras “férias”,
“all-inclusive” ou “resort”. Namore um garoto que viaja não porque está cego
por um único objetivo, mas motivado por vários.
Você encontra esse cara num aeroporto, ou numa
livraria procurando guias de viagem, os quais ele “só os usa como referência”.
Você vai saber que é ele porque quando espiar a
tela de seu computador, o plano de fundo vai ser uma cena de esplêndidas
montanhas rochosas, vales ou bandeiras de oração. O Facebook dele vai ser
lotado, e seu mural terá mensagens num inglês-meia-boca “Miss-you” de amigos
que ele fez ao longo do caminho. Quando ele viaja, ele faz
“amigos-pra-vida-toda” em uma hora. E os quais o contato com esses amigos é
esporádico e talvez espaçado, porém fortes e inquebráveis e, se ele quisesse,
poderia ter um sofá para dormir no mundo inteiro… de novo!
Compre pra ele uma cerveja, talvez a mesma do
slogan da camiseta que ele está vestindo por debaixo de uma camisa xadrez,
impedindo-o de ir embora. Uma vez que um viajante volta pra casa, raramente as
pessoas escutam suas histórias. Então escute-o, deixe que ele pinte um quadro
que te traga para dentro do seu mundo. Ele pode falar rápido e deixar passar
alguns detalhes, mas é por que ele estará muito empolgado por ser ouvido.
Incentive o entusiasmo dele. Deseje isso para você também.
Ele vai vibrar que nem criança quando a última
edição da National Geografic chegar pelo correio, para logo em seguida crescer
e ser adulto de novo enquanto analisa todas as fotos, todas as aventuras. Na
sua cabeça, ele está naquelas fotos. Ele vai te questionar sobre seus sonhos, e
com competitivamente sobre a coisa mais louca que já fez na vida. Diga a ele. E
saiba que provavelmente ele vencerá. E se você tiver alguma chance de vencer,
saiba que o próximo objetivo da vida dele será te superar. Mas então ele dirá
“talvez a gente possa fazer isso juntos!”.
Namore um garoto que vive bem apenas com uma
mochila porque ele é feliz com menos. Um menino que viajou, viu pobreza e
jantou com aqueles que vivem na favela, sem água corrente, e ainda recebem bem
os estrangeiros, com maior hospitalidade que os ricos. E por conta disso, ele
vê como a vida sem luxuria pode significar uma vida alimentada por
relacionamentos e família, muito melhor que uma vida alimentada de carros,
diversão e ego. Ele experimentou várias maneiras de ser, respeita religiões
alternativas e vê a o mundo com os olhos de uma criança de 5 anos, curioso e
faminto por conhecimento. Seu pai também vai ficar contente porque ele é bom
com dinheiro e sabe economizá-lo.
Esse garoto saboreia a casa, o conforto de um
edredom, a segurança da comida da mãe dele, jogar papo fora com os amigos de
infância e a glória de se sentir a vontade em seu banheiro. Embora ele seja
ferozmente independente, teve tempo para refletir sobre si mesmo e seus
relacionamentos. Apesar de seu desejo de viajar, ele conhece e valoriza seus
laços familiares.
Ele teve muitas vezes que perder e perder. Devido a
isso, ele também sabe uma coisa ou outra sobre despedidas. Ele sabe da imensa
incerteza de sair do conforto de casa, o indefinido “até logo” nos portões de
embarque, e ainda assim ele vai sem medo para o desconhecido, porque ele sabe o
sentimento de retorno. E que o abraço “que saudade” é o melhor tipo de abraço
em todo o mundo. Ele também sabe que despedidas não são mais que “até-logos” e
que “Olá” é apenas tão distante quanto o cyber café mais próximo.
Não segure este menino. Deixe-o ir e vá com ele. Se
você não viajou, ele vai abrir seus olhos para um mundo além das notícias e da
percepção popular. Ele vai trazer seus sonhos para realidade. Ele vai acalmar
seus nervos quando você está prestes a perder um voo ou suas reservas de hotel
não forem confirmadas, porque ele sabe que a viagem é uma aventura. Ele vai
fazer graça dos ruídos desagradáveis que você faz quando você tiver uma
intoxicação alimentar. Ele vai fazer você rir através do desconforto ao mesmo
tempo enxugando a testa com um pano frio e cuidando de você com água
engarrafada. Ele vai fazer você se sentir como se estivesse em casa.
Quando vocês virem algo maravilhoso, ele vai
segurar forte a sua mão em silêncio, vai olhar para o chão onde está pisando no
momento, e sorrir porque você está ao lado dele.
Ele vai viver em cada momento com você, porque esta
é a forma como ele vive sua vida. Ele entende que a felicidade não é mais do
que uma série de momentos que deslocam a neutralidade, e ele está determinado a
amarrar como muitas dessas cordas juntas como ele pode. Ele também entende sua
necessidade de viver para si mesmo e que você tem um bucket list – coisas para fazer antes de morrer – de seu próprio
país. Entenda o dele. Entenda que seus objetivos podem diferir em alguns
pontos, mas que a independência é a base de um relacionamento saudável quando é
mutuamente respeitado. Você pode perdê-lo um pouco, mas ele sempre vai voltar
para casa trazendo uma nova história e uma lembrança que ele pegou porque
lembrou de você, como se fosse feito para você, e porque sente sua falta. Você
pode ser obrigada a fazer o mesmo. Certifique-se de que a independência está em
seu bucket list, e certifique-se que
está destacada. A independência vai manter seu relacionamento renovado e
empolgante, e quando estiverem juntos novamente ele irá forjar um vínculo de
confiança inquebrável.
Ele vai propor que você viole sua zona de conforto,
quer se trate de um medo, como paraquedismo ou nadar com tubarões, ou sentar ao
lado da pessoa fedorenta em um ônibus superlotado. Não vai ser com um anel de
diamantes, mas com um símbolo de uma cultura nativa ou inspirados pela
natureza, como um pinguim gravado numa pedra.
Vocês vão se casar em algum lugar incomum, cercado
por um grupo seleto, em um momento construído para celebrar a aventura do
desconhecido juntos novamente. Case-se com o rapaz que viajou e, juntos, vocês
vão fazer do mundo inteiro sua casa. Sua lua de mel não será perdida num jantar
com buffet e open-bar de praia, mas será lembrado nas fotografias triunfantes
no topo do Kilimanjaro e imortalizado na dor gratificante dos músculos no final
de um longo dia de caminhada .
Quando estiverem prontos, você vai ter filhos que
têm os nomes dos personagens que você conheceu em suas viagens, os nomes
estranhos de pessoas que cavaram um lugar especial em seu coração mesmo que
apenas por alguns dias. Talvez você vai viver em outro país, e seus filhos vão
aprender de língua e costumes que abrem suas mentes desde o início, não
deixando espaço para o preconceito. Ele vai apresentá-los para a vida de
Hemingway, o Caminho de Santiago, e capacitá-los a viver ainda mais
grandiosamente do que vocês dois.
Case com um cara que viaja, e ele irá ensinar seus
filhos a beleza de uma singela pedra, a história dos Incas e irá encorajá-los a
um mundo de possibilidades. Ele vai explicar-lhes que agarrando oportunidades
certas, não há medo. Ele vai ensiná-los a se arriscar.
E quando você envelhecer, você vai sentar-se com
seus netos derramando sobre seus álbuns de fotos as lembranças de tesouros do
mundo, enquanto eles também se colocam em suas fotografias, provocada pela
beleza do mundo e inspirado por sua vida nele.
Encontre um menino que viaja, porque você merece
uma vida de aventuras e possibilidades. Você merece viver leve e abraçar a
simplicidade. Você merece olhar a vida através dos olhos de jovens e com os
braços bem abertos. Porque este é o lugar onde você vai encontrar alegria. E
melhor, você vai encontrar a alegria juntos. E se você não consegue
encontrá-lo, viaje. Vá. Adote-o. Explore o mundo para si mesmo, porque os
sonhos são o material de onde a realidade é criada.