A estratégia estava montada: dormir no primeiro voo, ficar acordado no segundo e
na escala, dormir no terceiro voo. Assim eu mais ou menos seguiria a sequência
de noite, dia, noite, pra chegar com energia logo cedo pela manhã em Londres.
Segui
então para o primeiro voo. O avião dá Ethiopian Airlines é bom, novo. É um
Boeing 787 com a sequencia de assentos 3 3 3. Eu já havia me adiantado e deixei
marcado o assento no corredor de uma das sequencias laterais, assim eu posso
esticar as pernas no corredor e não preciso ficar pedindo licença caso queira
levantar e sair do lugar. Porém os lugares da parte de trás estavam bem
tranquilos, com pouca gente, com a maioria das sequencias de três lugares com
apenas uma ou duas pessoas.
Eu
estava bem na minha estratégia, caindo de sono sem nem o avião ter decolado.
Porém fiquei esperando a decolagem e a janta pra poder dormir tranquilo, enquanto
isso fiquei conversando com um brasileiro que estava voltando pra Londres, onde
já mora há 8 anos. Na hora da janta, me dei mal! Optei por frango, que tinha um
molho com curry. Quase nem comi nada. Mas logo capotei e acordei mesmo somente
na hora do avião pousar.
- Altitude: 12.500 km
- Velocidade: 825 km/h
- Temperatura externa: -58ºC
Foram
cerca de 7 horas de voo. Fiquei olhando pela janela a aproximação do aeroporto
de Lomé, no Togo. A curiosidade era grande sobre como seria a cidade. Muita
mata, até que a cidade começou a surgir, tímida, quase nenhum prédio.
Arquitetura arábica, com arcos na frente das casas, que não possuem pintura. Do
alto, vimos a praia, sem movimento no momento, e as ruas que se misturavam
entre asfalto e chão batido.
A
parada em Lomé era apenas pra descer os passageiros que ficavam por ali,
embarcar alguns mais e abastecer o avião. Tanto que nem saímos. Levou cerca de
uma hora. Na poltrona da janela ao meu lado havia uma guria, que estava
viajando com outra que estava sentada na sequencia da frente, elas vão passar 4
dias em Londres e depois seguem pra um estágio de medicina por um mês na
Polônia. Ficamos conversando e trocando informações e roteiros de coisas a fazer
em Londres em um curto período de tempo.
Lanche e Refeição.
Aproveitei
para me inteirar um pouco mais sobre a Etiópia e Addis Ababa. Vi um seriado
curto sobre a cidade, que mostrou um pouco sobre a comida, tradição e também
fiquei sabendo que é onde fica a sede das Nações Unidas na África e seu nome
significa “nova flor”, é lá também que tem o museu da Lucy: uma hominídea com uma idade aproximada de 3,2 milhões de
anos. Em seguida ouvi algumas músicas típicas da Etiópia, que tem muita similaridade
com música árabe. Segue mais alguns dados interessantes sobre o país:
- Cobre uma área de 1,14 milhões de quilômetros quadrados.
- Clima: tem duas estações, a seca (Outubro a Maio) e molhada (Junho a Setembro).
- No centro e norte do país tem 25 montanhas cujo os picos podem chegar a 4.000 metros.
- O rio mais famoso do país é o Blue Nile, ou Abbay.
- A população é de aproximadamente 78 milhões de pessoas.
- 90% da população vive da terra.
- Os principais produtos exportados são: café, óleo vegetal, leguminosas, flores, vegetais, açúcar e alimentos para animais.
- Possui 83 línguas e 200 dialetos. Amharic é a working language, mas Oromiffa, Tigrigna e Guaragina também são comuns.
- O visto de turista é concedido na entrada do país ao cidadão brasileiro e mais 36 outras nacionalidades. Quando conexão de voo, permanecimento apenas na área de embarque, sem carimbo no passaporte.
Após,
comecei a me interter com filmes, seriados e games. Vi todas as opções de How I met
your mother, Friends e Two and a half man. Aproveitei e
assisti A Vida Secreta de Walter Mitty,
um filme que me identifiquei de certa maneira, pelos momentos de sonhos que
passam pela cabeça, de situações extraordinárias que podem acontecer, além da
vontade de sair e explorar tudo.
"To see the world, things dangerous to come to, to see behind walls, to draw closer, to find each other and to feel. That this is the purpose of LIFE."
Chegamos
em no Addis Ababa Bole International Airport, que tem um fuso horário de 6
horas a frente de Brasília. Aos poucos fomos formando uma gangue maior de
jovens brasileiros. Além das gurias do estágio na Polônia e do cara que mora em
Londres, juntou mais galera, com diferentes destinos: Israel, Bélgica, Coréia
do Sul entre outros. O aeroporto é interessante, simples, mas dá pra ter uma
noção sobre o país em si. Pelas culturas, religiões e etnias circulando pelos
corredores, os restaurantes, e os itens comercializados nas lojas. Mas logo
algo chamou a nossa atenção: senha da WiFi. Alguém conseguiu a senha da
internet da área exclusiva pra passageiros executivos, passou adiante e logo
estávamos em umas 6 pessoas quase acampadas na frente da sala pra contatar as
famílias e avisar que já tínhamos chegado por ali.
Filando uma WiFi.
Prayer Room. |
Dei
mais uma volta, acompanhei o jogo da Inglaterra e Uruguai. Mais uma surpresa
nessa Copa do Mundo! Até que entrei em um Duty Free e surgiu uma cena
engraçada: eu estava comendo amendoim, daí uma das atendentes me pediu se era
chocolate, ofereci pra ela e pra umas outras 5 atendentes que estavam ali com
ela. Todas provaram um pouco. Ela pediu da onde eu era, se eu era casado e
tinha filhos, e disse que queria achar um marido bonito que nem eu. Agradeci a
gentileza dela, ofereci mais um pouco de amendoim e segui meu passeio pelo
aeroporto. Quase que arranjo um casamento pela Etiópia.
Atentos a Uruguai x Inglaterra. |
Aproveitei
umas poltronas que tem por ali e tirei um cochilo um pouco mais confortável,
dentro do possível. Na realidade, quase me passei no horário, porque o voo foi
adiantado em quase uma hora. Era 1:10am quando chegou a hora de embarcar para o
último voo.
Aproveitando as poltronas do aeroporto. |
Até agora, apesar da maratona de voos, tudo tranquilo. Avião bom, refeição quente em todos os voos e mais uns lanchinhos e bom atendimento. Agora, mais 8 horas pela frente!
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