Do dia 02 de Junho a 12 de Setembro de 2012 realizamos o que chamamos de TRIP OF LIFE. Juntos, Érick Luchtemberg e Thayane Pezzi, nos aventuramos em uma viagem de 103 DIAS pela: Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Indonésia, Tailândia, Laos, Malásia, Vietnam e Camboja. Relatamos cada momento que passamos e diversas dicas para quem futuramente deseja seguir alguns dos nossos passos.
A
ideia é simples e prática, onde quem já viajou responde perguntas de quem vai
viajar. Assim uma pessoa vai ajudando a outra. É tudo uma grande troca.
Logo
que me cadastrei, que pode ser automático pelo Facebook, acabei sendo bem
participativo. Até porque tem um ranking de milhas, onde algumas tarefas vão
pontuando. Esses pontos vão fazendo com que a gente suba no ranking e ganhe
novos títulos de exploradores. É uma brincadeira legal, que acaba instigando a
competição e vai nos deixando mais empolgados a responder mais.
No
início até cheguei a ficar entre os viajantes experts, respondendo bastante
perguntas e compartilhando as experiências aqui do blog, mas com o tempo acabei
me ocupando com outras coisas (felizmente grande parte do tempo com as viagens
pra Dublin e Hawaii) e acabei deixando o site de lado.
Porém,
eis que recebi o seguinte “desafio”:
Lógico
que a oferta de “uma grande surpresa” chamou bastante a minha atenção. Mas eu
tenho uma grande simpatia por organizações (empresas, sites, etc) que buscam
feedbacks. Isso é um sinal que a empresa está buscando melhorar o seu produto
e/ou serviço.
Eu
já havia respondido uma pesquisa que foi enviada. Agora, apesar do prazo já ter
extrapolado e eles liberarem alguns dias a mais, fico feliz em poder contribuir
com mais um feedback.
Certamente
esse blog - 103 Dias - não é nada profissional, comparado a milhares de blogs de viagens
muito bem feitos que tem por aí. O intuito desse blog sempre foi ser algo
simples e totalmente caseiro (amadorismo puro, profissionalismo zero), uma
troca da minha experiência e da Thay pra outros aventureiros, sem edição ou
produção. Na realidade, o blog é o maior “souvenir” que eu guardo das viagens.
Algo que daqui muitos anos posso voltar pra reler tudo que vivemos por esse
mundão.
Sobre
o Dubbi, em poucos meses pude perceber uma grande melhora. No início sentia alguma
dificuldade em entender bem a sistemática. Aos poucos fui me adaptando melhor e
também tracei a minha estratégia, focando muito e responder perguntas até então
não respondidas ou pouco respondidas. Assim fui vendo que realmente contribuía para
outras pessoas organizarem suas viagens. Em grande parte compartilhava os links
aqui do blog pro pessoal dar uma conferida.
Achei
legal que eles também ajustaram a questão das datas nas perguntas e respostas, algo
que não tinha e inclusive comentei na survey anterior. Assim fica fácil e ver
quando a resposta foi feita e quando foi respondido. Pra não ficar algo
repetitivo. Aproveitando a deixa, acho que nas perguntas a pessoa poderia
colocar um prazo, onde em determinada data a pergunta se encerrasse. Assim, se
eu tenho uma viagem pra Outubro de 2016, posso fazer uma pergunta pra receber
respostas até esse prazo. Pra evitar receber respostas depois dessa data, que já
terei realizado a viagem.
No
mais, a ideia do ranking é muito boa! Assim as pessoas podem ver quem tem mais
fonte de informações. Assim como os títulos (hoje sou Duque: 8 de 15), que desafiam
o participante da rede social a ser ainda mais participativo.
O
que eu ressalto é a preocupação na melhora. É legal ver o site buscando ser
mais útil e prático. Inclusive mesclando com blog e outras dicas que eles mesmo organizam. Assim como hiperlinkando os assuntos, destinos e perguntas de uma forma harmoniosa no site. Fica claro que se tornou uma ferramenta muito legal pra
quem planeja uma viagem, que pode ter troca com pessoas que realmente tiveram a
experiência e podem contribuir.
Espero
estar mais ativo no Dubbi daqui pra frente, subindo mais níveis e quem sabe
voltando ao ranking dos experts.
E
recomento pra quem quer trocar um pouco de dicas, ajudar mais pessoas e pegar
mais informações pra programar as próximas trips.
Não é ser esquerda
ou direita. É ser certo ou errado!
Não é condenar PT,
PMDB ou PSDB. É condenar os corruptos!
Todos os partidos, por incrível que pareça, tem gente boa e gente ruim. Ideologia
é diferente de caráter. Caráter, isso sim, é o que falta em muitos (de repente
na maioria).
Eu não sou contra nenhum partido, mas contra os corruptos (ativos ou
coniventes), dentro deles. Ou no final não restará partido algum.
A nossa bandeira deve
ser uma e objetiva: REFORMA POLÍTICA.
Queremos partidos e
precisamos deles. Mas que sejam com pessoas honestas e dispostas a realmente
governar o país, não com interesse nas regalias ou no poder.
Precisamos de um Estado mais enxuto e com menos pessoas acomodadas. Precisamos
de quem queira mudar e progredir. Salário alto e tantos outros benefícios não
faz ninguém se mover. Pelo contrário, os deixa confortáveis. E conforto não
gera progresso. Infelizmente esse é o cenário da nossa política atualmente.
Precisamos também
combater a corrupção individual, porque não tem moral alguma quem xinga um
político e é corrupto igual, mesmo que em menor escala. A única diferença é a
proporção da infração. Você já deve ter ouvido "Os políticos são o reflexo
do povo" e "Quer mudar o mundo? Comece por você!".
O
dia de hoje tinha um objetivo principal, que era acompanhar o Quiksilver in Memory
of Eddie Aikau.
Pra ser muito sincero nós não fazíamos ideia da existência desse campeonato,
muito menos a importância que ele tinha.
Mas
qual o motivo desse campeonato ser tão importante? Quem é Eddie Aikau? Isso
fomos descobrindo durante o nosso período no Hawaii.
Vamos
começar falando então do Eddie, que foi o primeiro
salva-vidas oficial de Waimea Bay, a partir de 1967. Em 1969 seu irmão mais
novo, o Clyde, virou o seu par nessa função. Pelo que consta, essa dupla nunca
deixou ninguém morrer. Além disso, o Eddie era um big rider, surfista de ondas
gigantes, e dizem que nunca correu de nenhum grande swell, surfando todos que
chegaram na North Shore havaiana entre 1967 e 1978. Foi então que surgiu a
expressão “Eddie Would Go”. O registro ainda é de que dia 19 de Novembro de
1967 ele pegou a maior onda já surfada em Waimea Bay até então. No entanto,
devido a personalidade pacífica e solidária de Eddie, o termo would go virou uma grande simbologia, não
apenas pela coragem de enfrentar as grandes ondas, mas também pela doação nos
resgates como salva-vidas, assim como qualquer outra coisa onde envolve
dedicação e solidariedade para com qualquer outra pessoa. Infelizmente, em 1978
Eddie foi convidado para a travessia polinésia da ilha de Oahu até o Tahiti nas
canoas Hokule'a, mas mares agitados deixaram a embarcação a deriva, e numa ação
que muitos consideram displicente ele saiu com sua prancha em busca de ajuda e
nunca mais voltou. A embarcação foi resgatada, mas o Eddie nunca mais apareceu.
Na maior onda já surfada em Waimea Bay.
Foi
então que em 1985 ocorreu o primeiro campeonato em memória a Eddie Aikau. Os
participantes do campeonato são todos convidados pela família Aikau, por isso a
grande maioria é havaianos, e tem o patrocínio da Quiksilver. Hoje também está
no calendário oficial da World Surf League. Mas tem um fator em especial que dá
uma importância única ao campeonato, é o fato que desde 1985 ele teve apenas 8
edições, uma vez que só ocorre quando de fato um grande swell (acima de 20 pés
havaianos, cerca de 50 pés) chega na costa de Waimea Bay. E como vocês podem acompanhar,
há 5 dias atrás a
baía não parecia nem de perto um cenário de um campeonato de ondas gigantes. As edições
ocorreram em 1985/86 (Sunset Beach), 1985/86 (Waimea Bay), 1989/90, 1998/99, 2000/01, 2001/02, 2004/05 e
2009/10. Ou seja, a última edição ocorreu há 7 anos atrás.
Agora
é possível entender o quanto esse campeonato é significativo para os havaianos
por conta da história do Eddie? Tem como imaginar a ansiedade para que o
mesmo ocorra depois de 7 anos de espera e apenas 8 edições realizadas em mais
de 30 anos? E dá pra acreditar que nós compramos umas passagens promocionais
que deram a coincidência de nos colocar no Hawaii bem nas datas que esse
campeonato vai rolar?
Com essa sorte toda que começamos o nosso dia rumo a Haleiwa, em North Shore. No
caminho cruzamos com 3 guardar com controle de velocidade, felizmente estávamos
indo dentro do limite e não tomamos nenhuma multa. Mas é bom saber que eles
ficam em cima, porque sem perceber podemos ficar acima do máximo permitido, uma
vez que nas highways tem várias pistas e asfalto de qualidade.
Drive with Aloha!
Deixamos
o carro no estacionamento de Haleiwa e seguimos de ônibus rumo a Waimea Bay.
Depois de tantos anos sem rolar o campeonato, e dada a importância do evento, a
confusão para chegar era inevitável. Sem contar que ontem mesmo havíamos visto
o pessoal acampando na beira das colinas de Waimea Bay pra garantir o melhor
lugar.
A
Kamehameha Hwy estava aberta pra passar carros, mas estava lotada. Não tinha
lugar pra estacionar muito antes de Waimea Bay, até os quintais viraram
estacionamento. A maioria da galera largou os carros e estava indo a pé ou de
bike, ter pego o ônibus foi uma boa ideia.
Geral a caminho.
Geral na praia.
Chegamos
em Waimea Bay e a praia já estava lotada, fora a fora. Não é a toa que o
locutor brincou que o dia era um “feriado não oficial no Hawaii”. Quando
chegamos estava acabando o heat 2 do round 1.
O
campeonato é dividido em 2 rounds de 4 heats, cada heat com duração de 1 hora. São
7 surfistas por heat, que depois são alternados para o round seguinte. Cada
onda pode valer de 0 a 100 pontos e cada surfista pode surfar até 4 ondas por
heat, as duas melhores ondas vão pro somatório. O surfista que tiver a maior
soma das duas melhores notas de cada round é o grande campeão.
"Dropzinho".
Caroninha com os jet skis.
Restante do percurso vai no braço.
Monstrinhas a caminho.
Alguém ficou pelo caminho.
Outro
fato muito interessante dessa edição é que o Clyde, irmão do Eddie, estava
competindo pela última vez. O detalhe é que ele tem 66 anos de idade. Ele foi
quem ganhou a segunda edição, de 1985/86, a primeira realizada em Waimea Bay.
Mas devido a idade foi necessário um intenso treinamento pra ganhar
condicionamento físico. Até porque ele entrou no mar remando, sem auxílio do
jet ski, por achar muito perigoso. São quase 30 minutos de remada até chegar em
local seguro pra pegar as ondas, com muita onda grande pelo caminho.
Nós
acompanhamos todo o heat 3 e 4 do round 1 e um pouco do heat 1 do round 2.
Chegamos e ficamos mais pro lado esquerdo da baía, onde a grande massa estava.
Mas depois notamos que perto do rio estava com pouca gente e era onde passavam
os surfistas. Logo descobrimos que lá tinha pouca gente porque vinham ondas
fortes que iam até o rio, que ficava mais atrás. A água vinha com força e
passava a altura dos joelhos.
Lugar privilegiado?
Depois descobrimos o motivo.
Jamie O'Brien.
Koa Rothman.
Makuakai Rothman.
Mason Ho.
Kala Alexander.
O brazuca Danilo Couto.
Ian Walsh.
Bruce Irons - detalhe que não tem a vest com colete.
John John Florence.
O carequinha, Kelly Slater.
Eddie Would Go? EDDIE WENT!
Certa
hora rolou até um momento de tensão, onde os próprios jet skis tiveram que sair
da água por questão de segurança. Entrou uma série grande e ficar por lá não
era seguro. Os surfistas se mantiveram no mar, tentando ficar pra trás da
arrebentação, que na realidade já era pra fora da baía.
Quebradeira!
Até os jet skis fora da água :O
O
dia foi alternando entre um sol muito forte e uma leve chuva. Logo no início um
grande arco-íris contribuiu para um cenário ainda mais fascinante.
No
final voltamos pro canto da esquerda, onde tinha melhor vista do campeonato. E
novamente mais um momento de tensão, jet skis fora da água. Porém, Jamie
O’Brien ficou levando as ondas na cabeça. Ele subia na prancha, corria até
pular na água quando a onda chegava com força onde ele estava.
Strider Wasilewski da WSL.
A famosa bancada da WSL.
Qualquer canto pra curtir o campeonato.
A crowd.
Muita crowd.
Thay na crowd.
Sem idade, estilo ou gênero.
JOB em maus lençóis.
No
final das contas essa edição foi ainda mais espetacular. Na realidade foi
histórica, pois foi a maior ondulação de todas as edições do Quiksilver in
Memory of Eddie Aikau. As ondas chegaram aos 15 metros. Por pouco que o
campeonato não pode rolar porque as ondas seriam muito grandes, impossíveis ou
muito arriscadas de serem surfadas.
Era
pouco mais de 13:00 quando decidimos voltar. Fomos pra parada, que estava
lotada. Nessa hora o movimento estava bem mais intenso. Mas tinham alguns ônibus
que faziam Waimea pra Haleiwa.
Galera só pelo busão.
Seguimos
nosso dia rumo a Eletric Beach. Estacionamos o carro e percebi que o carro ao
lado estava com o vidro quebrado. Cheguei na praia, que é pequena e tinha pouca
gente, pedi pra umas gurias se elas tinham o modelo e cor do carro que estava com o vidro quebrado e
elas afirmaram que sim, então foram ver o que havia acontecido.
O
mar estava mais de boa, eu aproveitei e fui fazer snorkelling enquanto a Thay
ficou pela areia. O fundo tem algumas tubulações e bastante corais. Dizem que
pode acontecer de golfinhos nadarem por ali ou encontrar reef sharks. Eu vi
apenas corais mesmo e alguns peixes, mas tinha uma corrente ainda forte que
deixava o mar mexido.
Engraçado
foi que na volta pra areia a Thay me disse que na realidade o carro quebrado
não era das gurias que conversamos, era de outras pessoas. Depois fomos notar e
no estacionamento, que tinha uns 10 carros, pelo menos 5 eram aquele mesmo
modelo e da cor cinza. Mas a polícia já estava por lá verificando o que era,
mas provavelmente furto.
Seguimos
pra Ko Olina, já era mais de 14:00, então fomos comer algo. Como já havíamos ido
lá sabíamos que era uma região de resorts de luxo, mas conseguimos achar um
lugar com preço ok pra comer algo. Pegamos um pedaço de pizza de crab e lobster com refri
por 5 bucks. Em seguida fomos pras enseadas curtir um pouco. Ficamos por lá até
o por do sol.
Uma yoga nessa vibe deve ser massa.
Depois
de um grande dia voltamos pra casa, jantamos no Ala Moana Center. Optamos pelo
Power Meal, que tem opção de carne, arroz, vegetais e molho. Eu escolhi angus steak
(U$ 12,00) e a Thay foi de salmão (U$ 14,00), mas foi uma má escolha porque a
comida era meio fria e sem gosto.
Voltamos pro apartamento e
ficamos conversando com o Kevin, principalmente sobre campeonato que rolou
hoje. Essa é uma das grandes vantagens do Airbnb, pois rolam boas conversas que
vão desde dicas valiosas até bate papo sobre qualquer coisa.