Todas
as pessoas me ouvem falar tão bem dos países onde vivi que a maioria acaba me
perguntando: “mas porque tu voltou?”.
Já
explanei aqui que cada pessoa tem o seu motivo e não sou de ficar reclamando do
país no qual eu vivo. Algo que muitas vezes vira moda entre o intercambista que
voltam e ficam apenas reclamando.
Mas
hoje faz um ano que eu voltei e me dou o direito de analisar pontualmente
situações que me fazem questionar: porque lá funciona e aqui não?
Então
eu resolvi montar um Brasil novo! Um Brasil com pequenas mudanças, mas que
fariam uma grande diferença na vida de cada um de nós. São comparativos simples
de situações que eu vivi no exterior que poderíamos aplicar aqui e assim tornar
esse o país perfeito para morar.
- Em
cruzamentos mais movimentados sempre haveria uma sinaleira para pedestres indicando
qual o momento deles atravessarem a rua. Nos cruzamentos sem sinaleira e menos
movimentados os carros dariam preferência ao pedestre.
- Os
pedestres seriam multados por não atravessar na faixa de segurança e/ou no momento
em que a sinaleira não estivesse aberta pra eles.
- Os
produtos de supermercados e lojas teriam seus valores apresentados sem
impostos, pois os mesmos seriam cobrados na hora do pagamento. Como nos EUA,
por exemplo, onde precisamos calcular de 8 a 10% sobre o valor do produto,
referente a sua taxação.
- Em
supermercados, os produtos teriam além do seu valor total, um valor comparativo
por porção. Por exemplo: o kg do arroz por cada 100gr. Assim poderíamos
verificar qual marca sai mais em conta de verdade.
- Os
projetos de mobilidade e desenvolvimento das cidades seriam pensados em
soluções para daqui a 50 anos e não em problemas de 10 anos atrás.
- As
ruas e estradas não teriam buracos. E ainda seriam bem sinalizadas, com pinturas
e placas em estado perfeito. Isso tudo sem a necessidade de pagar pedágios.
- O
transporte de carga, e até mesmo de turismo, seria preferencialmente de trem, mantendo
assim as estradas em melhores condições e facilitando a logística de
deslocamento.
- Os
carros passariam anualmente por revisões onde todos os danos deveriam ser
reparados. Dessa maneira apenas carros em totais condições de circulação estariam
nas ruas.
- Haveria
maior fiscalização para pessoas que ingerissem bebida alcoólica e após fossem
dirigir, assim como as punições seriam mais severas. Em contrapartida, teríamos
um transporte público de qualidade e seguro, para podermos usar em qualquer
lugar e a qualquer hora.
- O
sistema de troca de mercadorias em lojas seria realizado de maneira correta e
justa, sem tanta burocracia. Assim como não teríamos pessoas malandras usando
roupas, ou qualquer outra coisa, e trocando, mesmo após ter usado.
- As
punições para assassinatos e demais crimes graves seriam severas e aplicadas,
não sendo necessário a pena de morte, mas aplicações de efeito reflexivo, onde
realmente não valeria a pena o risco de cometer um crime.
- As
filas seriam respeitadas. Pensaríamos no outro, que está esperando a mais
tempo, e não na malandragem de ser “melhor” e “mais esperto” que o outro.
- Os
lugares públicos seriam conservados para o uso de todos, sem serem destruídos.
Quem sabe chegaríamos a ponto de termos churrasqueiras elétricas em parques e
praias para uso comum, e as mesmas não seriam destruídas ou danificadas pela
população.
- Não
teríamos o passe livre no transporte público. Mas toda e qualquer pessoa (rico
ao pobre) usaria o transporte público, por ser eficaz, de qualidade e menos
poluente.
- Os
bancos não teriam portas giratórias em suas entradas e muito menos filas. Muito
menos distinção de atendimento pelo “tipo de conta” que a pessoa possui. Seriam muito mais práticos e o atendimento de qualidade.
Analisando
pontualmente cada item, parece algo utópico e inatingível. São situação tão
amplas, pois não consigo pensar hoje em uma maneira de solucioná-las por aqui,
de tão complexa que seriam suas resolução. Mas que fique claro: todas essas
situações existem, pois eu vivi cada uma delas.
De
repente o problema é que todos reclamam, mas ninguém muda. E a mudança não será
de fora pra dentro, mas de dentro pra fora. Enquanto existir o jeito brasileiro,
o Brasil não terá jeito.
A
maioria das soluções para os itens acima estaria na política, mas os políticos dos
países são apenas o reflexo da sua população. Por isso eu acredito no poder do
intercâmbio, onde as pessoas possam experimentar essa vida e trazer em suas bagagens
a prática dessas ações para que possam ser aplicadas no nosso país, no nosso
dia a dia. A mudança deve ser cultural, nos hábitos da população brasileira.
I
do believe!